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Papa chega a Angola, segunda etapa de sua visita à África
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da Folha Online
O papa Bento 16 chegou nesta sexta-feira a Luanda, capital de Angola, no início da segunda etapa de sua primeira viagem pela África.
O papa foi recebido pelo presidente Eduardo Dos Santos e autoridades religiosas e políticas locais. Ele permanecerá três dias em Angola, um país em que é crescente o fervor pelas seitas e igrejas evangélicas, entre elas a brasileira Igreja Universal do Reino de Deus.
Finbarr O'Reilly/Reuters |
Papa Bento 16 acena ao deixar Camarões, ele chegou a Luanda em sua segunda e última parada no continente africano |
Também foram ao encontro do papa o arcebispo de Luanda e presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Damião António Franklin, e o bispo de Cabinda, Filomeno do Nascimento Viera Dias, assim como autoridades civis e vários religiosos.
Segundo dados oficiais, 55% dos angolanos são católicos e 25% praticam crenças tradicionais, mas a realidade pode ser muito diferente em função do crescimento das igrejas evangélicas e pentecostais.
Por ocasião da chegada do papa a Angola, as autoridades declararam hoje feriado, para oferecer a Bento 16 uma "recepção digna", enquanto peregrinos de todo o país e dos próximos chegam a Luanda para uma missa que será celebrada no próximo domingo no norte da cidade, para a qual são esperados 500 mil fiéis.
Após as honras e as boas-vindas do presidente, o papa pronunciou seu primeiro discurso em Angola, no qual pediu que os angolanos continuem no caminho da paz, da reconstrução do país e das instituições, após as quase três décadas de guerra civil que assolaram o país até 2002.
Bento 16 defendeu uma sociedade de justiça, paz e solidariedade, baseada na caridade e no perdão, e lembrou que vem de um país, a Alemanha, "que conheceu a guerra e a divisão entre irmãos de uma mesma nação, devido a uma ideologia devastadora e desumana [nazismo] que, sob a falsa aparência de sonhos e ilusões, colocava nos homens o jugo da opressão".
"Por isso, podem entender o quanto sou sensível ao diálogo entre os homens como meio para superar qualquer forma de conflito e para fazer de cada nação uma casa de paz e irmandade", acrescentou.
Do aeroporto, o pontífice foi para a Nunciatura, onde ficará hospedado durante os quatro dias de estadia em Angola, até 23 de março.
Primeira parada
Antes de deixar Camarões, sua parada anterior, Luanda, Bento 16 expressou sua gratidão pela calorosa recepção dos camaroneses e ressaltou que, durante as liturgias, os fiéis deram exemplo "de um culto alegre e exuberante".
O papa lhes pediu que rezem para que o 2º Sínodo de Bispos para a África, que deve acontecer no Vaticano em outubro, alcance frutos para a Igreja do continente e que seja "um tempo de renovação e compromisso na missão de levar a mensagem salvadora do Evangelho a um mundo lacerado".
Os três dias de visita do papa a Camarões estiveram marcados por suas declarações contra o uso de preservativos para combater a Aids, que levantou forte polêmica, especialmente no mundo ocidental, onde receberam fortes críticas.
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