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26/03/2003
-
05h02
Maior cidade do sul do Iraque, a 545 km de Bagdá, Basra já se rebelou contra Saddam Hussein. Foi em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo, quando a população xiita se voltou contra ele.
Apesar de o governo norte-americano ter incentivado a rebelião, não deu o apoio necessário ao movimento, receoso de que o Iraque pudesse ser dividido em três _enquanto os xiitas se rebelavam no sul, os curdos faziam o mesmo no norte do país. Sem o auxílio norte-americano, os rebeldes acabaram massacrados pelas tropas de Saddam.
Ahmed Chalabi, um dos líderes da oposição, criticou muito a posição que os Estados Unidos adotaram na época. ''As palavras do presidente [George Bush, pai] foram seguidas por panfletos e gravações [incentivando a insurreição]. As pessoas acreditaram e se rebelaram, esperando ajuda e assistência [norte-americanas, que não vieram]'', afirmou.
Maior porto iraquiano, Basra entrou em forte decadência após a guerra contra o Irã (1980-1988). Nos anos 80, seus principais monumentos foram destruídos, a infra-estrutura foi atingida, e a população, com a vida afetada por cortes de energia elétrica e no fornecimento de água, caiu de 1,5 milhão de pessoas em 1977 para menos de 900 mil 11 anos depois. Hoje pouco mais de 1,2 milhão de pessoas moram em Basra.
Mais antigo porto do golfo, a cidade chegou a ser apontada como berço cultural da região a partir do século 8º, quando filósofos e teólogos criaram mais de uma dezena de escolas, parte das quais foi destruída na guerra contra o Irã.
Também chamada de ''Veneza do Oriente'', em alusão aos canais que passam pela cidade, hoje pouco vestígio há dos tempos em que Basra foi uma das cidades mais ricas da região.
Após repetidas guerras e sanções econômicas, sobraram poucas evidências de suas riquezas históricas.
O mesmo pode acontecer com as obras mais recentes, como as estátuas de bronze de oficiais e soldados mortos durante a guerra contra os iranianos. A maioria delas _localizada no centro da cidade_ representa soldados com os dedos acusadores voltados em direção do país vizinho.
Negligenciada pelo governo de Saddam desde a Guerra do Golfo (1991) _diferentemente de outras grandes cidades, Basra quase não tem monumentos em homenagem ao ditador_, ela passou por sérios problemas econômicos na última década. O comércio no porto caiu substancialmente por causa do embargo e a cidade não foi beneficiada pelo programa petróleo por comida, organizado pela ONU e iniciado em 1996.
Outro problema em Basra é, segundo o governo iraquiano, o câncer infantil. Os casos de câncer teriam aumentado muito nos anos 90 _cerca de 150%.
Com agências internacionais
Especial
Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
Basra já fez rebelião contra Saddam em 91
da Folha de S.PauloMaior cidade do sul do Iraque, a 545 km de Bagdá, Basra já se rebelou contra Saddam Hussein. Foi em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo, quando a população xiita se voltou contra ele.
Apesar de o governo norte-americano ter incentivado a rebelião, não deu o apoio necessário ao movimento, receoso de que o Iraque pudesse ser dividido em três _enquanto os xiitas se rebelavam no sul, os curdos faziam o mesmo no norte do país. Sem o auxílio norte-americano, os rebeldes acabaram massacrados pelas tropas de Saddam.
Ahmed Chalabi, um dos líderes da oposição, criticou muito a posição que os Estados Unidos adotaram na época. ''As palavras do presidente [George Bush, pai] foram seguidas por panfletos e gravações [incentivando a insurreição]. As pessoas acreditaram e se rebelaram, esperando ajuda e assistência [norte-americanas, que não vieram]'', afirmou.
Maior porto iraquiano, Basra entrou em forte decadência após a guerra contra o Irã (1980-1988). Nos anos 80, seus principais monumentos foram destruídos, a infra-estrutura foi atingida, e a população, com a vida afetada por cortes de energia elétrica e no fornecimento de água, caiu de 1,5 milhão de pessoas em 1977 para menos de 900 mil 11 anos depois. Hoje pouco mais de 1,2 milhão de pessoas moram em Basra.
Mais antigo porto do golfo, a cidade chegou a ser apontada como berço cultural da região a partir do século 8º, quando filósofos e teólogos criaram mais de uma dezena de escolas, parte das quais foi destruída na guerra contra o Irã.
Também chamada de ''Veneza do Oriente'', em alusão aos canais que passam pela cidade, hoje pouco vestígio há dos tempos em que Basra foi uma das cidades mais ricas da região.
Após repetidas guerras e sanções econômicas, sobraram poucas evidências de suas riquezas históricas.
O mesmo pode acontecer com as obras mais recentes, como as estátuas de bronze de oficiais e soldados mortos durante a guerra contra os iranianos. A maioria delas _localizada no centro da cidade_ representa soldados com os dedos acusadores voltados em direção do país vizinho.
Negligenciada pelo governo de Saddam desde a Guerra do Golfo (1991) _diferentemente de outras grandes cidades, Basra quase não tem monumentos em homenagem ao ditador_, ela passou por sérios problemas econômicos na última década. O comércio no porto caiu substancialmente por causa do embargo e a cidade não foi beneficiada pelo programa petróleo por comida, organizado pela ONU e iniciado em 1996.
Outro problema em Basra é, segundo o governo iraquiano, o câncer infantil. Os casos de câncer teriam aumentado muito nos anos 90 _cerca de 150%.
Com agências internacionais
Especial
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