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26/03/2003 - 17h57

Conselho de Segurança deve "redescobrir seu propósito", diz Annan

da Folha Online

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, afirmou que o Conselho de Segurança "deve redescobrir seu propósito".

O órgão perdeu credibilidade e força depois de dois de seus cinco membros permanentes, os Estados Unidos e o Reino Unido, lançarem uma ofensiva contra o Iraque de forma unilateral, sem a aprovação dos demais membros. "A fé na ONU só pode ser reconstruída se o conselho trabalhar construtivamente", afirmou o secretário.

O conselho deu início a seu primeiro debate público desde o começo da guerra no Iraque, há seis dias. Espera-se que a maioria dos participantes da reunião _que só deve terminar amanhã_ reivindique uma ação das Nações Unidas contra o ataque unilateral.

Annan pediu aos membros do Conselho de Segurança que estejam acima de suas diferenças para remediar de algum modo os efeitos da guerra sobre a população iraquiana.

"O Conselho tem de determinar como ajustar o programa ["Petróleo por Alimentos"] para fazer possível que os fornecimentos de comida e remédios cheguem ao povo iraquiano nas presentes circunstâncias", disse Annan na sessão pública.

"[É preciso] assegurar que a comida, remédios e outros produtos básicos continuem chegando [à população]."

O programa "Petróleo por Alimentos" permitia ao Iraque exportar quantidades limitadas de óleo para comprar produtos de primeira necessidade, aliviando um pouco o país do embargo de que é objeto desde a invasão do Kuait em 1990.

O Conselho de Segurança trabalha para adaptá-lo às novas circunstâncias e, pela manhã, manteve uma reunião a portas fechadas sobre a questão. As conclusões estão sendo consideradas otimistas pelos embaixadores.

Segundo Annan, "o conflito está criando novas necessidades humanitárias que o programa 'Petróleo por Alimentos' não pode cobrir".

"A responsabilidade primeira de cobrir essas necessidades recai sobre os beligerantes que controlam o território", recordou.

Annan anunciou que a ONU "vai fazer um apelo de urgência aos países doadores", para que "respondam rápida e generosamente".

"Durante esta semana vimos hora por hora, nas telas de nossos aparelhos de TV o terrível impacto do armamento moderno no Iraque e em seu povo", lamentou.

O embaixador iraquiano, Mohamed Al Duri, falou depois de Annan e acusou os Estados Unidos de estarem tentando roubar as riquezas de seu país.

"Todo o mundo está consciente hoje de que a razão da agressão e da invasão é a ocupação do Iraque e a colonização de suas jazidas de petróleo", afirmou.

Segundo o representante da Liga Árabe, Yahya Mahmassani, "a credibilidade do Conselho, de todo o sistema internacional, está desabando com o bombardeio de Basra e Bagdá".

Esse é o quarto debate público sobre a questão iraquiana desde setembro do ano passado, quando o presidente norte-americano, George W. Bush, pediu às Nações Unidas que desarmasse seu colega iraquiano, Saddam Hussein.

Desde o início da guerra, a ONU concentrou seus esforços na ajuda humanitária ao povo iraquiano, assim como a retomada do programa "petróleo por comida". Esse plano permite, desde o fim da Guerra do Golfo, que o Iraque exporte quantidades limitadas do material para comprar produtos de primeira necessidade.

Com agências internacionais

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