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29/03/2003 - 09h33

Artigo: Oração pela paz

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
da Folha de S.Paulo

Diante da invasão do Iraque e das atrocidades da guerra, sinto a necessidade de intensificar a oração, unido à multidão dos que rezam pela paz.

Nossa confiança está em Deus, que pode converter o coração humano. O que é inatingível por nossa força é possível para Deus. Os insistentes apelos em favor do bom senso e do diálogo, a mediação da ONU, as iniciativas diplomáticas e as manifestações populares em todo o mundo não conseguiram evitar o gravíssimo conflito armado.

Conservaremos na memória a firme e constante exortação do Papa João Paulo 2º aos governantes a fim de que afastassem o horror da guerra. Mesmo assim, começaram os bombardeios, que, dia após dia, vão causando mais mortes e destruindo as cidades iraquianas. Tudo isso nos deixa diante do mistério do mal e da perversidade do coração humano, que se deixa dominar pela ambição, pela raiva e pelo ódio.

Precisamos nos voltar para Deus e pedir a Ele que ilumine a nossa consciência e nos ajude a reconhecer nossa co-responsabilidade com a violência, com a injustiça e com o pecado. Também nós participamos da desordem que reina no mundo pelas nossas ofensas e omissões.

A soma de todas essas faltas veio gerando um mundo fratricida. As pessoas se oprimem e se destroem. Cada um de nós tem sua parcela de culpa. A guerra não acontece por acaso. Ela é o fruto de uma conivência com o mal em nosso íntimo. Assim, para impedir a guerra ou abreviá-la, é necessário ir às suas raízes e eliminar o pecado em nosso coração.

A oração pela paz começa pelo arrependimento das próprias faltas. Quantas vezes acalentamos em nossa consciência a inimizade, a rejeição dos outros, o espírito de vingança, ofendendo assim a Deus e ao próximo. É essa atitude que promove a cobiça de riquezas e a luta pelo poder, causando conquistas pela força, sem nenhum freio ético.

É assim que estamos presenciando o triste espetáculo de pseudo motivações que levam ao desrespeito dos acordos internacionais e acabam por violar de modo covarde os direitos fundamentais da pessoa. Ninguém tem o direito de lançar centenas de mísseis sobre uma nação em nome da liberdade.

A oração humilde diante de Deus há de abrir-nos ao reconhecimento da dignidade de cada pessoa.

Com a graça divina, somos capazes de resistir à solicitação do mal.

É pela oração que aprendemos a sintonizar o coração com a vontade de Deus que nos ama e quer nosso bem. Ao entrarmos em união com Deus, compreendemos sempre mais o valor da vida humana, a lição do amor e a força que nos dá para pagarmos o mal com o bem.

A guerra precisa terminar, mas temos de pedir a Deus que nos ajude a vencer o pecado que há em nós. Procuremos examinar nosso procedimento e arrependermos-nos das graves desordens, injustiças e ofensas cometidas por nós e pela humanidade nos dias de hoje.

Não basta conseguir o silêncio dos canhões e dos mísseis. É necessário fazer que nunca mais voltem a funcionar.

Interceda por nós a Mãe de Deus e nossa. É hora de rezar pela paz. Tudo o que pedirmos ao Pai em nome de Jesus, Ele nos concederá.

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