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01/04/2003
-
20h40
da France Presse, em Hilla (Iraque)
Em um pequeno hospital lotado de civis, duas crianças choram em silêncio, enquanto tentam confortar a irmã mais nova, que grita. Seus pais acabam de ser mortos em um bombardeio.
Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Ahmad, 9, abraça a irmã caçula. Seu outro irmão, também mais novo, acaricia a cabeça do bebê. No corredor do hospital, os três chamam pouca atenção em um local cheio de crianças, mulheres e idosos feridos.
Os três irmãos ficaram órfãos após um bombardeio na cidade onde moram, Hilla, a 80 quilômetros ao sul de Bagdá. Segundo o hospital, o ataque da coalizão anglo-americana matou 33 civis, a maioria mulheres e crianças, e feriu cerca de 400 pessoas.
O vizinho das crianças, Mohammad Karim, 23, contou que quando os moradores viram os aviões voando baixo, deixaram às pressas suas casas e correram na direção de plantações próximas. "Então, começou a chover bombas em toda parte", descreveu. "Pessoas foram abatidas como carneiros."
Karim, sentado ao lado da cama de seu irmão _que tem ferimentos graves na garganta_ disse que os pais das três crianças morreram na hora. "Quando voltamos para casa, depois do bombardeio, ficamos chocados ao encontrarmos as três crianças em pânico. O menino mais velho começou a gritar: 'Onde está minha mãe? Onde está meu pai?' Não sabíamos o que dizer."
O Comitê International da Cruz Vermelha em Bagdá classificou o bombardeio em Hilla como "um verdadeiro horror". Dezenas de casas foram destruídas no ataque. "Nossa equipe de quatro pessoas foi até o hospital Hilla, ao sul de Bagdá, e o que viu foram verdadeiras cenas de horror. Havia dezenas de corpos despedaçados", disse o porta-voz do comitê, Roland Huguenin-Benjamin.
No hospital, muitas crianças feridas são obrigadas a repousar no chão, devido à falta de leitos. Os idosos são acomodados na pequena área atrás do prédio.
Salima Karrar Barhan, 33, foi ferida nos braços, pernas e cabeça. Acomodada em leito estreito, ela segura em um lado o filho de 9 anos, que foi ferido na barriga, e a filha de 6 anos, que possui ataduras nas pernas.
Na área atrás do hospital, um homem anda em volta de caixões posicionados em círculo. Razek Al-Kazem Al-Khafaji perdeu a mulher, seis filhos, o pai, a mãe, os três irmãos e as cunhadas na noite de ontem, quando o veículo da família foi atingido por um foguete lançado por um helicóptero Apache americano.
Especial
Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
Vítimas civis do bombardeio a Hilla choram em silêncio
KARIM SAHEBda France Presse, em Hilla (Iraque)
Em um pequeno hospital lotado de civis, duas crianças choram em silêncio, enquanto tentam confortar a irmã mais nova, que grita. Seus pais acabam de ser mortos em um bombardeio.
Com lágrimas escorrendo pelo rosto, Ahmad, 9, abraça a irmã caçula. Seu outro irmão, também mais novo, acaricia a cabeça do bebê. No corredor do hospital, os três chamam pouca atenção em um local cheio de crianças, mulheres e idosos feridos.
Os três irmãos ficaram órfãos após um bombardeio na cidade onde moram, Hilla, a 80 quilômetros ao sul de Bagdá. Segundo o hospital, o ataque da coalizão anglo-americana matou 33 civis, a maioria mulheres e crianças, e feriu cerca de 400 pessoas.
O vizinho das crianças, Mohammad Karim, 23, contou que quando os moradores viram os aviões voando baixo, deixaram às pressas suas casas e correram na direção de plantações próximas. "Então, começou a chover bombas em toda parte", descreveu. "Pessoas foram abatidas como carneiros."
Karim, sentado ao lado da cama de seu irmão _que tem ferimentos graves na garganta_ disse que os pais das três crianças morreram na hora. "Quando voltamos para casa, depois do bombardeio, ficamos chocados ao encontrarmos as três crianças em pânico. O menino mais velho começou a gritar: 'Onde está minha mãe? Onde está meu pai?' Não sabíamos o que dizer."
O Comitê International da Cruz Vermelha em Bagdá classificou o bombardeio em Hilla como "um verdadeiro horror". Dezenas de casas foram destruídas no ataque. "Nossa equipe de quatro pessoas foi até o hospital Hilla, ao sul de Bagdá, e o que viu foram verdadeiras cenas de horror. Havia dezenas de corpos despedaçados", disse o porta-voz do comitê, Roland Huguenin-Benjamin.
No hospital, muitas crianças feridas são obrigadas a repousar no chão, devido à falta de leitos. Os idosos são acomodados na pequena área atrás do prédio.
Salima Karrar Barhan, 33, foi ferida nos braços, pernas e cabeça. Acomodada em leito estreito, ela segura em um lado o filho de 9 anos, que foi ferido na barriga, e a filha de 6 anos, que possui ataduras nas pernas.
Na área atrás do hospital, um homem anda em volta de caixões posicionados em círculo. Razek Al-Kazem Al-Khafaji perdeu a mulher, seis filhos, o pai, a mãe, os três irmãos e as cunhadas na noite de ontem, quando o veículo da família foi atingido por um foguete lançado por um helicóptero Apache americano.
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