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13/04/2003
-
10h53
da France Presse, em Washington
Ao derrubar Saddam Hussein, George W. Bush terminou o trabalho começado por seu pai em 1991, que ganhou a Guerra do Golfo, mas não conseguiu tirar o líder iraquiano do poder. "É o cara que tentou matar meu pai", disse em setembro o presidente americano, mostrando um ódio pessoal por Saddam Hussein, que ultrapassava o discurso oficial de desarmar o dirigente iraquiano para proteger os Estados Unidos de novos ataques terroristas.
As vitórias de Bush pai em 1991 e de seu filho em abril de 2003 estão, entretanto, longe de serem parecidas. O pai conseguiu expulsar as tropas iraquianas do Kuait liderando uma coalizão formada pelas principais potências internacionais e autorizada pelas Nações Unidas (ONU).
O filho não conseguiu apoio da ONU e as tropas americanas foram acompanhadas na guerra pelos reforços britânicos e australianos. "A situação era muito clara em 1991, quando se atingiu o objetivo da operação", disse Lance Morrow, professor de história presidencial na Universidade de Boston. "Agora é muito mais incerto, tudo pode acontecer".
O panorama é entretanto caótico no Iraque, onde uma nova administração tem de ser instalada agora depois da saída de Hussein. Em 1991, a autorização da ONU era para libertar o Kuait, invadido pelos iraquianos um ano antes. Não autorizava a mudança do regime de Bagdá. Em 2003, George W. Bush disse claramente que seu plano era a derrubada de Saddam e instaurar no Iraque um governo democrático depois de um período transitório de administração anglo-americana.
Não hesitou em lamentar publicamente que Saddam Hussein tenha sido deixado no poder depois da guerra do golfo. Ao comentar terça-feira, em uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, o vago reconhecimento da população do sul do Iraque aos soldados da coalizão, Bush disse que "essas pessoas do Sul do Iraque foram traidas, torturadas. Disseram-lhes que seriam livres, arriscaram-se no passado e foram completamente arrasadas pelo regime iraquiano".
O governo de Bush pai recebeu críticas por não ter apoiado aos xiitas do sul do Iraque que se rebelaram contra o regime depois da queda do Kuait.
Há doze anos, George Bush era respeitado por ter administrado com habilidade a queda da União Soviética, mas seu filho inspira desconfiança no exterior. "Agora, George W. Bush é totalmente detestado no exterior", disse Lance Morrow.
Nos Estados Unidos, sua cota de popularidade continua alta, mas está bem longe da que seu pai alcançou no dia seguinte à Guerra do Golfo. Segundo uma pesquisa publicada na quinta-feira pelo "Wall Street Journal", depois de 26 meses dos 48 de mandato presidencial, George W. Bush tem uma aprovação de 66% quando seu pai tinha 81%.
Mas o símbolo da vitória de George W. Bush agora, a mudança do regime em Bagdá, é muito forte. Desde sexta-feira, dois dias depois das tropas americanas tomarem controle da capital iraquiana, que estas estão ocupadas em retirar um mosaico de George Bush que foi colocado no hall do maior hotel de Bagdá, o Rachid, obrigando cada visitante a limpar seus pé ali.
Especial
Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
Artigo: George W.Bush termina trabalho do pai ao derrubar Saddam
JEAN-LOUIS DOUBLETda France Presse, em Washington
Ao derrubar Saddam Hussein, George W. Bush terminou o trabalho começado por seu pai em 1991, que ganhou a Guerra do Golfo, mas não conseguiu tirar o líder iraquiano do poder. "É o cara que tentou matar meu pai", disse em setembro o presidente americano, mostrando um ódio pessoal por Saddam Hussein, que ultrapassava o discurso oficial de desarmar o dirigente iraquiano para proteger os Estados Unidos de novos ataques terroristas.
As vitórias de Bush pai em 1991 e de seu filho em abril de 2003 estão, entretanto, longe de serem parecidas. O pai conseguiu expulsar as tropas iraquianas do Kuait liderando uma coalizão formada pelas principais potências internacionais e autorizada pelas Nações Unidas (ONU).
O filho não conseguiu apoio da ONU e as tropas americanas foram acompanhadas na guerra pelos reforços britânicos e australianos. "A situação era muito clara em 1991, quando se atingiu o objetivo da operação", disse Lance Morrow, professor de história presidencial na Universidade de Boston. "Agora é muito mais incerto, tudo pode acontecer".
O panorama é entretanto caótico no Iraque, onde uma nova administração tem de ser instalada agora depois da saída de Hussein. Em 1991, a autorização da ONU era para libertar o Kuait, invadido pelos iraquianos um ano antes. Não autorizava a mudança do regime de Bagdá. Em 2003, George W. Bush disse claramente que seu plano era a derrubada de Saddam e instaurar no Iraque um governo democrático depois de um período transitório de administração anglo-americana.
Não hesitou em lamentar publicamente que Saddam Hussein tenha sido deixado no poder depois da guerra do golfo. Ao comentar terça-feira, em uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, o vago reconhecimento da população do sul do Iraque aos soldados da coalizão, Bush disse que "essas pessoas do Sul do Iraque foram traidas, torturadas. Disseram-lhes que seriam livres, arriscaram-se no passado e foram completamente arrasadas pelo regime iraquiano".
O governo de Bush pai recebeu críticas por não ter apoiado aos xiitas do sul do Iraque que se rebelaram contra o regime depois da queda do Kuait.
Há doze anos, George Bush era respeitado por ter administrado com habilidade a queda da União Soviética, mas seu filho inspira desconfiança no exterior. "Agora, George W. Bush é totalmente detestado no exterior", disse Lance Morrow.
Nos Estados Unidos, sua cota de popularidade continua alta, mas está bem longe da que seu pai alcançou no dia seguinte à Guerra do Golfo. Segundo uma pesquisa publicada na quinta-feira pelo "Wall Street Journal", depois de 26 meses dos 48 de mandato presidencial, George W. Bush tem uma aprovação de 66% quando seu pai tinha 81%.
Mas o símbolo da vitória de George W. Bush agora, a mudança do regime em Bagdá, é muito forte. Desde sexta-feira, dois dias depois das tropas americanas tomarem controle da capital iraquiana, que estas estão ocupadas em retirar um mosaico de George Bush que foi colocado no hall do maior hotel de Bagdá, o Rachid, obrigando cada visitante a limpar seus pé ali.
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