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16/04/2003 - 16h33

ONGs dizem que Basra vive caos, mas não crise humanitária

da France Presse, em Basra

O sul do Iraque atravessa atualmente uma crise devido à ausência de ordem e de organização provocada pela derrocada do governo de Saddam Hussein, mas não se trata de uma crise humanitária clássica, indicaram hoje várias ONGs.

"Não precisamos de grandes aviões de reabastecimento Hércules, é uma crise de ordem e de organização, de administrações que deixaram de funcionar", explicou Andres Kruesi, chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para o sul.

Arshad al Badi, um iraquiano que trabalha para Médicos do Mundo, disse que a moradia e a falta de víveres não são os problemas mais urgentes.

"As pessoas querem eletricidade, querem que a água funcione", disse.

No momento, só as pessoas que dispõem de geradores têm luz, de modo que a maioria das lojas e dos escritórios de Basra, segunda cidade do Iraque, está sempre fechada. A escassez de água potável já ocasionou numerosos casos de diarréia.

A criminalidade constitui também um grande problema para as organizações humanitárias. "Nos roubaram remédios", disse Arshad al Badi.

Segundo Kruesi, inúmeras peças indispensáveis para o funcionamento da maior central elétrica de Basra, a 500 km ao sudeste de Bagdá, desapareceram depois que a central deixou de funcionar no início da guerra, há quase um mês.

A principal fábrica hidráulica padece de problemas semelhantes. Bombas e tubos desapareceram e muitos empregados não voltaram ao trabalho, acrescentou.

Isto não impediu que a água continue sendo tratada, mas procede do rio Al-Arab, com um índice de salinidade muito mais elevado.

Os militares britânicos, que controlam Basra e sua região, afirmam que trabalham com as organizações humanitárias para melhorar a situação e a segurança e permitir que as pessoas voltem ao trabalho.

"Somos pouca coisa aqui dentro, a CICV também. É a população de Basra que faz funcionar a eletricidade, a água, a polícia", explicou o capitão Matt Hayward.

"Podemos garantir a segurança dos lugares e um ambiente seguro para que as pessoas voltem ao trabalho", acrescentou.

Militares britânicos e policiais iraquianos já começaram a estabelecer juntos postos de controle nas estradas e os guardas de trânsito iraquianos se reincorporaram ao serviço.

Mas, para cada problema que se soluciona, aparece outro, diz Kruesi, acrescentando que se trata de um círculo vicioso.

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