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05/05/2009 - 10h56

Geórgia encerra motim de militares; presidente acusa Rússia

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da Folha Online

O Ministério do Interior da Geórgia informou nesta terça-feira que foi encerrado o motim de militares em um batalhão de blindados 30 quilômetros ao leste da capital georgiana, Tbilisi. O governo enviou tanques para conter o que chamou de "incidente isolado". O presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, acusou a Rússia de financiar um golpe, acusação que Moscou rejeitou.

Os militares decidiram encerrar o motim após negociar diretamente com o presidente Saakashvili, na base militar de Mukhrovani. Os organizadores do motim foram detidos, segundo a televisão georgiana.

David Mdzinarishvili/Reuters
Tanque georgiano se aproxima de base onde militares fazem motim contra manobras da Otan planejadas para esta semana no país
Tanque georgiano se aproxima de base onde militares fazem motim contra manobras da Otan planejadas para esta semana no país

Saakashvili, antes de ir à base para negociar com os amotinados, afirmou que a situação no país estava "sob controle" e ressaltou que a rebelião era um "incidente isolado". Em mensagem televisionada à nação, Saakashvili fez uma chamada para a Rússia "se abster de ações provocadoras", após denunciar que Moscou está concentrando forças junto às fronteiras da Geórgia.

Rússia e Geórgia protagonizaram um tenso conflito em agosto do ano passado, quando as forças russas confrontaram as forças georgianas que invadiram as regiões separatistas Ossétia do Sul e Abkházia. A oposição critica a atuação de Saakashvili no conflito e pede sua renúncia.

Após a notícia do motim, forças leais ao presidente cercaram completamente a base, enquanto a televisão mostrava imagens do deslocamento de blindados em direção a Mukhrovani.

Pacífico

A polícia impediu os jornalistas de se aproximarem da base amotinada, onde há centenas de soldados --não está claro quantos deles participaram da rebelião. A agência russa de notícias Interfax havia divulgado uma declaração do comandante da base, Mamuka Gorgishvili, em que ele criticava o governo, mas prometia não usar a força.

Zurab Kurtsikidze/Efe
As tropas georgianas se deslocam até base onde militares organizam motim contra governo
As tropas georgianas se deslocam até base onde militares organizam motim contra governo

"Não se pode olhar calmamente o processo do país se esfacelando, o confronto em andamento. Mas nossa unidade de tanques não irá recorrer a quaisquer ações agressivas", afirmou o militar.

Analistas militares em Tbilisi disseram que a rebelião pode ter sido causada pela recusa de alguns oficiais em cumprirem as ordens do governo para dissolver bloqueios rodoviários da oposição.

O ministro da Defesa georgiano, David Sikharulidze, disse que o motim começou depois que, esta manhã, o Ministério do Interior anunciou que tinha sido desarticulado um complô para preparar um golpe de Estado.

"Segundo dados do Ministério [do Interior], os organizadores do golpe de Estado são ex-altos funcionários do Ministério da Defesa que estavam vinculados aos serviços secretos da Rússia", disse o porta-voz Shota Utiashvili.

"A conjuração militar era de envergadura e apontava, entre outros objetivos, contra as manobras da Otan em Tbilisi", acrescentou. A Organização do Tratado do Atlântico Norte planeja realizar manobras no país entre 6 de maio e 1º de junho. Moscou qualificou as manobras como "aberta provocação, que terá consequências negativas".

Rogozin disse que "os militares georgianos não podem receber adequadamente seus colegas [da Otan], pois estão brigando contra o seu próprio presidente".

O embaixador da Rússia junto à Otan, Dmitry Rogozin, disse que Saakashvili está tentando culpar Moscou por seus próprios problemas domésticos.

 

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