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Rebeldes pedem que ONU escolte navio com ajuda ao Sri Lanka
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da Folha Online
Os rebeldes separatistas dos Tigres Tâmeis voltaram a dizer nesta quarta-feira que as dezenas de milhares de civis que estão encurralados ao lado deles, na zona de guerra a noroeste do Sri Lanka, passam fome. O grupo, em nota, pediu à ONU (Organização das Nações Unidas) que ajude um navio com ajuda humanitária britânica a chegar à região.
Entenda o conflito no Sri Lanka
Reuters |
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Tâmeis refugiados esperam ajuda em hospital do norte do Sri Lanka |
Faz alguns meses que os Tigres Tâmeis estão encurralados em uma pequena faixa litorânea do país, ao lado de cerca de 50 mil civis, de acordo com a ONU. Países como o Reino Unido e a França pressionam o governo do Sri Lanka por uma trégua humanitária, que possibilite a retirada dos civis. O governo rejeita a trégua, pois considera estar finalmente perto da vitória, depois de 26 anos do conflito mais longo da história recente da Ásia.
Os Tigres Tâmeis dizem que os civis estão na zona de guerra por vontade própria e acusam o governo de tentar matá-los de fome. "Pedimos gentilmente que a ONU garanta a passagem e escolte os navios humanitários à zona controlada... para dar assistência ao nosso povo, que encara fome e morte", afirmaram os rebeldes, em carta. "Ressaltamos nove mortes por fome ocorridas nos últimos dias e o medo de que o número cresça exponencialmente em breve."
O Sri Lanka nega a falta de assistência e afirma que navios da Cruz Vermelha levam comida à região, mas que os rebeldes a monopolizam. Organizações de defesa dos direitos humanos acusam os rebeldes de usar os civis como escudos.
"Não vamos permitir que nenhum navio sem autorização entre nas nossas águas e vamos tomar as medidas necessárias, de isso acontecer", afirmou o porta-voz do Exército do Sri Lanka, brigadeiro Udaya Nanayakkara.
Nesta terça-feira (5), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, conversou com o presidente Mahinda Rajapaksa e reforçou o pedido de uma trégua humanitária. O presidente, então, o convidou a visitar os campos onde cerca de 200 mil refugiados estão abrigados. "Venha ver com seus próprios olhos as ações para acomodação e tratamento dos refugiados e nossos planos para o retorno deles", afirmou o presidente a Ban, em nota.
Em entrevista à mídia, Ban não comentou o convite, mas afirmou que há uma "necessidade urgente" de que "ambos os lados" encerrem o conflito de forma pacífica e ordenada. "Repito: proteger os civis e respeitar as leis internacionais humanitárias precisa ser prioridade número um. O mundo está assistindo aos eventos de perto", disse Ban.
Os rebeldes lutam, desde 1983, para criar um território independente para a minoria étnica tâmil, que sofreu discriminação com os sucessivos governos da maioria cingalesa. Tanto os Estados Unidos quanto a Europa consideram o grupo terrorista. De acordo com a ONU, nos últimos três meses, cerca de 6.500 civis morreram no conflito.
Com Reuters e Associated Press
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