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06/05/2003 - 05h07

EUA se movem para ignorar embargo ao Iraque

ROBERTO DIAS
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Ao mesmo tempo em que estuda a linguagem da proposta de resolução que levará à ONU, o governo americano se prepara para passar por cima do embargo imposto ao Iraque caso o Conselho de Segurança não aprove o texto que lhe for apresentado.

Funcionários do governo Bush ouvidos pelo jornal "The Wall Street Journal" relataram que o Conselho de Segurança Nacional estuda alternativas para o caso de a discussão em Nova York não chegar a um consenso rápido. Um dos funcionários, ouvidos sob anonimato, falou em "encontrar uma maneira fora daquele sistema", referindo-se à ONU.

As sanções, dizem os funcionários, ameaçam o andamento da reconstrução do Iraque, já que as empresas americanas que assumiram a tarefa não podem mover seus equipamentos para dentro do país nas atuais condições.

A Bechtel, companhia da Califórnia que tem o maior contrato concedido até aqui pelo governo dos EUA, disse esperar o fim das sanções para levar ao país coisas como geradores de energia.

Segundo as determinações do Conselho de Segurança em vigor, uma companhia estrangeira depende do aval da ONU para efetuar qualquer transação com o Iraque. Cabe à ONU, por meio do programa Petróleo por Comida, controlar o dinheiro usado pelos iraquianos para pagar suas importações.

Antes de decidir se ignora ou não essa norma, porém, o governo americano deverá fazer uma tentativa diplomática, apresentando, talvez já nesta semana, uma proposta de resolução que coloque fim ao embargo.

O texto está sendo preparado por Condoleezza Rice, assessora de Segurança Nacional da Casa Branca. Sua tarefa é encontrar um caminho em meio a diferentes visões internas no governo.

O Pentágono defende uma resolução que derrube de vez as sanções. Já o Departamento de Estado prefere ação gradual, em que o embargo caia progressivamente. Segundo o diário "USA Today", o presidente George W. Bush está mais próximo de encampar a posição do Pentágono.

Enquanto a discussão prossegue em Nova York e em Washington, a equipe de assistência humanitária da ONU, que acaba de voltar a Bagdá, diz que quer trabalhar nas brechas não cobertas pelo governo interino dos EUA. "Nosso objetivo não é tomar o lugar da administração", disse Ramiro Lopes da Silva, coordenador da equipe da ONU.


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