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19/05/2003 - 23h42

García Márquez nega ter proposto legalização das drogas

da Folha Online

O escritor colombiano Gabriel García Márquez, 76, negou hoje ter proposto legalizar as drogas para acabar com o narcotráfico e a violência que afetam seu país, e acusou a imprensa de atribuir a ele "declarações inverossímeis"

"Muito ao contrário do que me atribuem os jornalistas, sou contra a legalização das drogas e contra o consumo de drogas", disse o escritor em uma declaração feita na Cidade do México e difundida em Bogotá.

García Márquez acrescentou que "não disse que as drogas devem ser legalizadas nem fez proposta semelhante ao governo da Colômbia".

"O que eu disse é que o drama colombiano consiste, precisamente, em que não resulta imaginável que se produza o fim do narcotráfico sem que se produza a legalização do consumo. Esse é o tamanho da tragédia que sofrem os colombianos", afirmou.

Jornalistas

No comunicado, o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1982 criticou a imprensa, dizendo que "não consigo que meus colegas jornalistas transcrevam com exatidão o que digo ou escrevo, ao invés de me atribuírem declarações inverossímeis, pensamentos que não tenho e posições que detesto".

Hoje a imprensa divulgou que García Márquez afirmou em um documento chamado "À Pátria Amada, Ainda que Distante" que "não é possível imaginar o fim da violência na Colômbia sem a eliminação do narcotráfico".

"E não é possível imaginar o fim do narcotráfico sem a legalização da droga, mais próspera a cada instante, quanto mais é proibida", diz o documento.

A declaração foi feita na presença do presidente Álvaro Uribe, que defende uma política de linha dura para combater a criminalidade e a guerrilha na Colômbia.

País dividido

Segundo a rede BBC, o documento foi lido pelo próprio escritor em um vídeo transmitido em um encontro de escritores e intelectuais para comemorar os 200 anos da Universidade de Antióquia.

Foi a primeira vez que García Márquez, um dos escritores mais respeitados do mundo, se manifestou a respeito do problema das drogas em seu país.

O autor de "Cem Anos de Solidão" e "O Amor nos Tempos do Cólera" se referiu à Colômbia como um país divido em dois, "não apenas diferentes, mas contrários".

De acordo com o escritor, a situação no país levou mais de uma geração a viver na subversão ou na delinquência.

Uribe preferiu não comentar a posição supostamente defendida por García Márquez. "É um tema muito controverso", disse o presidente colombiano.

Com agências internacionais

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