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01/06/2003 - 02h41

EUA defendem dólar forte e livre comércio

da Folha de S.Paulo

O presidente norte-americano, George W. Bush, voltou a afirmar que defende uma política que sustente o dólar "forte", a despeito da desvalorização da moeda ante o euro nos últimos meses. "A política do meu governo é de um dólar forte", disse Bush, em entrevista ao canal de TV russo RTR, de acordo com uma transcrição divulgada pela Casa Branca.

Quando o repórter afirmou que o dólar está desvalorizado no momento, Bush respondeu:

"O mercado está fazendo suas decisões, se o dólar deve ser forte ou não. Nossa política é de dólar forte. Acredito que uma boa política fiscal e monetária fará nossa economia crescer, e o mercado verá que a economia está crescendo e irá fortalecer o dólar."

"Mas você está certo", seguiu Bush, em resposta ao jornalista da TV russa. "O mercado, no momento, desvalorizou o dólar, o que é contrário à nossa política."

Nos últimos doze meses, o euro acumula uma valorização de 28% na comparação com o dólar. De acordo com analistas, o governo norte-americano, apesar de não admitir oficialmente, abandoou a política de manutenção de um dólar mais valorizado, por causa da desaceleração econômica.

O enfraquecimento da moeda norte-americana estimula os exportadores dos EUA e torna as importações mais caras, colaborando para que o país ajuste suas contas externas. O déficit dos EUA, nas transações de bens e serviços, é superior a US$ 500 bilhões ao ano, equivalente a 5% do PIB (Produto Interno Bruto).

Para financiar o buraco nas contas externas, os EUA precisam receber US$ 1,5 bilhão em investimentos ao dia. Mas isso não vem ocorrendo, a procura por dólares caiu e a moeda perde terreno.

Na semana passada, o euro, lançado em janeiro de 1999, atingiu a maior cotação de sua história, superando a marca de US$ 1,19. Esse movimento cambial deve incentivar a economia norte-americana, mas causa apreensão na indústria européia, que já sente a perda de competitividade comercial.

O presidente norte-americano chegou ontem a São Petersburgo, onde participou da cúpula dos chefes de Estado da União Européia e da Rússia. Bush e seus colegas tomaram parte também dos festejos do aniversário de 300 anos da antiga capital russa.

Auschwitz

Ontem pela manhã, Bush visitou Cracóvia, na Polônia. É a primeira viagem internacional que o presidente norte-americano faz depois da guerra ao Iraque, e um dos motivos da visita à Polônia foi o agradecimento do apoio dado pelo país à campanha militar.

Acompanho da mulher, Laura, visitou os antigos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau. Bush disse que os campos nos lembram de que "o mal existe e deve ser combatido".

Ainda em Cracóvia, Bush defendeu o progresso nas discussões sobre a liberalização do comércio mundial, segundo ele para que a pobreza no Terceiro Mundo possa ser reduzida. Disse ainda que a União Européia deveria abandonar sua oposição aos produtos geneticamente modificados.

"Uma das maiores fontes de desenvolvimento e crescimento em qualquer sociedade é o comércio. Os EUA e a Europa devem liderar os esforços para que as barreiras ao comércio global sejam derrubadas", afirmou Bush. "Um mundo que faça comércio livremente pode inserir milhões de pessoas em um círculo de prosperidade crescente."

Um dos principais atritos comercias entre a União Européia e os EUA é a questão dos transgênicos. Os europeus praticamente baniram a comercialização de alimentos que contenham produtos modificados geneticamente, o que atinge os interesses empresas norte-americanas.

Os EUA são líderes mundiais em biotecnologia, e as empresas do país deixam de exportar bilhões à Europa por causa da restrição aos transgênicos.

Diplomacia de guerra

Hoje Bush e seus colegas dos países mais industrializados do planeta dão início à cúpula do G8 (os sete países mais ricos e a Rússia), que ocorre neste ano na cidade francesa de Evian, às margens do lago Léman. O encontro será encerrado amanhã, e, de lá, Bush parte para o Egito. Na sequência visita a Jordânia e o Qatar, em agradecimento ao apoio à guerra.

Bush busca, em sua viagem, o apoio para o seu plano de paz para o Oriente Médio. Além disso, discutirá o futuro iraquiano.

Durante o giro internacional, o presidente norte-americano vai se encontrar, pela primeira vez, com os principais opositores à ocupação iraquiana, como o presidente francês, Jacques Chirac, e o chanceler (primeiro-ministro) alemão, Gerhard Schröder.

Bush vai tentar restabelecer seus laços com os tradicionais aliados europeus, que ficaram abalados com a insistência norte-americana em derrubar o regime de Saddam Hussein. Chirac e Schröder defendiam uma alternativa diplomática que evitasse a guerra.

Com agências internacionais
 

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