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02/06/2003 - 04h15

Iraque 'esfria' encontro de Chirac e Bush

da Folha de S.Paulo

Um frio aperto de mãos e uma protocolar troca de sorrisos marcaram o primeiro encontro do presidente norte-americano, George W. Bush, com seu colega francês, Jacques Chirac, após a queda do regime de Saddam Hussein. Chirac deu uma acolhida bem mais calorosa aos outros líderes do Grupo dos Oito.

O presidente francês liderou o bloco de oposição à guerra ao Iraque, e seu relacionamento com o colega norte-americano ficou abalado depois do ataque militar. A oposição francesa e alemã ao confronto e a insistência norte-americana e britânica em depor Saddam desencadearam a principal crise diplomática entre os tradicionais aliados desde a Segunda Guerra Mundial.

Se ainda não ofereceu ao presidente francês um cachimbo da paz, Bush presenteou Chirac com uma luxuosa coleção de livros sobre os índios norte-americanos. Encapados em couro, os livros foram editados pela Smithsonian Institution, o principal museu de história norte-americana em Washington.

Chirac e Bush frisaram que a guerra ao Iraque já faz parte da história, e agora é hora de pensar no futuro. Os dois presidentes manterão um encontro reservado hoje pela manhã, no qual deverão conversar acerca da reconstrução iraquiana e também sobre a economia mundial.

Após a reunião de meia hora com o colega francês, Bush deixará Evian, antes do término da cúpula do G8, como já era previsto. O presidente dos EUA viaja ainda hoje para o Oriente Médio, onde manterá conversas sobre o plano de paz para o conflito entre israelenses e palestinos.

"Não posso imaginar que eles deixem de conversar sobre o Iraque", disse ontem a porta-voz do presidente francês, Catherine Colonna, comentando a pauta do encontro de hoje. De acordo com Colonna, uma eventual discussão sobre as questões iraquianas não será para "voltar ao passado, o que seria pouco útil, mas para falar a respeito do futuro".

Economia e Aids

Colonna disse ainda que a desvalorização do dólar e a instabilidade da economia mundial também deverão ser assuntos obrigatórios na reunião bilateral. Segundo a porta-voz, a cúpula do G8 deverá emitir uma "mensagem de confiança no crescimento econômico" mundial.

Os temas econômicos deverão dominar a cúpula de Evian hoje. Ontem as discussões estiveram relacionados mais a temas sociais, como combate à Aids e redução da pobreza global, especialmente na África, além do acesso a medicamentos e a recursos hídricos.

Durante uma entrevista coletiva, ontem à tarde, o presidente Francês apoiou a iniciativa de Bush de criar um plano de ajuda de US$ 15 bilhões para o combate à Aids a ser investido nos países em desenvolvimento. "Não hesitaria em chamar a decisão de histórica", disse Chirac.

Chirac afirmou que vai triplicar a verba francesa destinada ao combate à Aids nos países pobres, elevando-a para US$ 179 milhões. Ainda de acordo com o presidente francês, a União Européia deverá criar nos fundos, com um total de US$ 1,2 bilhão, também para o controle da doença.

Assunto difícil

Durante a cúpula, os líderes do G8 evitaram falar sobre o racha desencadeado pela campanha militar no Iraque.

"As conversas foram positivas, ninguém falou do passado", disse o primeiro-ministro do Canadá, Jean Chrétien, que participa pela décima vez do encontro. "Todos tentaram se concentrar em criar um clima de solidariedade."

Na opinião do presidente suíço, depois de uma hora de conversas "a atmosfera já era muito melhor". "Ao final do dia, a atmosfera era muito boa."
 

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