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03/06/2003 - 16h20

Judeus dos EUA vêem com ceticismo plano de paz no Oriente Médio

GILES HEWITT
da France Presse, em Nova York

O lobby judeu americano acompanha com especial atenção a viagem do presidente George W. Bush ao Oriente Médio, sem esconder o ceticismo causado pelo "mapa da paz" que, teoricamente, deve promover a paz entre israelenses e palestinos.

Dentro dos grupos judaico-americanos mais influentes, as opiniões se dividem entre aqueles que afirmam que o projeto não tem futuro e os que o apóiam com reservas.

"Há claramente vários pontos de vista", declara Malcolm Hoenlein, vice-presidente executivo da Conferência de Presidentes das Organizações Americanas Judaicas, entidade que representa 53 grupos judaicos nos Estados Unidos.

Problemas

"Em geral, as preocupações não se centram no avanço em direção a paz, mas no fato do documento possuir vários defeitos inerentes que conspirarão contra a paz real", afirmou.

Hoenlein acrescentou que a proposta contém um "problema de sequência", representado pelos prazos impostos, que na sua opinião significam uma pressão para que o processo avance mesmo que não se consiga um verdadeiro compromisso em cada uma da etapas.

O documento elaborado pelo "Quarteto Internacional", integrado por Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU (Organização das Nações Unidas), propõe a criação de um Estado Palestino em 2005, mas também pede o fim dos ataques palestinos contra israelenses.

Também exige de Israel a interrupção das ações de assentamento de colonos e o desmantelamento dos que foram estabelecidos desde março de 2001.

Cúpula

O "mapa da paz" será debatido na Jordânia durante a reunião de amanhã entre o presidente George W. Bush, o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, e seu colega palestino, Mahmud Abbas.

O Congresso Americano Judaico acredita que o apoio de Israel ao "mapa da paz" se deve à promessa de Bush de que as observações posteriores seriam levadas em consideração.

"Acreditamos que as preocupações manifestadas por Israel são legítimas", destacou o presidente do Congresso, Jack Rosen, em relação a persistente ameaça de ataques palestinos.

Os judeus americanos mais críticos de Israel também são cautelosos, porque suspeitam que a proposta é mais o resultado de uma posição política do que o produto de um esforço genuíno em direção a paz.

Antipatia

"No governo de Israel, neste momento, há uma absoluta antipatia em relação a um Estado Palestino", disse Josh Ruebner, um dos fundadores da organização Judeus pela Paz na Palestina e Israel, que tem sede em Washington.

"Temo que o 'mapa da paz' seja apenas uma tentativa de diminuir as críticas no mundo árabe", acrescentou Ruebner.

Para a Liga Antidifamação (ADL), uma organização conservadora com sede em Nova York que luta contra o anti-semitismo, o ponto frágil do "mapa da paz" está na formação do Quarteto Internacional responsável por sua elaboração.

Para seu diretor, Abraham Foxman, União Européia, Rússia e as Nações Unidas elaboraram um documento que mina a política americana de apoio a Israel.

"Israel é o problema, segundo a lógica do 'mapa da paz'", diz Foxman.

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