Publicidade
Publicidade
Governo do Peru confirma morte de décimo índio em confronto
Publicidade
colaboração para a Folha Online
O governo peruano elevou neste sábado para dez o número de indígenas mortos nos confrontos do fim de semana passado na Amazônia peruana, nos quais mais de 20 policiais morreram.
Com isso, o governo confirma a informação divulgada nesta sexta-feira pela defensora do povo peruano, Beatriz Merino, que afirmou que um homem ferido nos confrontos do dia 5 de junho tinha morrido nas últimas horas.
Após quase dois meses de protestos dos indígenas amazônicos, e que incluíram bloqueios de estrada e ocupações de postos de extração de petróleo e gás, a Polícia peruana iniciou em 5 de junho uma ação para liberar a estrada Belaúnde Terry, o que originou os choques.
Embora desde o primeiro dia dos confrontos moradores e várias ONG tenham acusado a polícia de fazer desaparecer corpos de índios, a Promotoria peruana informou neste sábado que as primeiras investigações negam a existência de valas comuns na zona.
A Associação Pró-Direitos Humanos do Peru (Aprodeh) afirmou na sexta-feira, no entanto, que 61 pessoas continuam desaparecidas na região onde aconteceram os choques.
O governo de Alan Garcia acusa os índios de terem matado com "selvageria e ferocidade" 25 policiais durante o confronto.
Suspensão
Os protestos visavam à revogação de várias leis que os índios consideram prejudiciais a seus interesses, principalmente as que permitiam concessões a empresas estrangeiras para explorarem a região amazônica peruana.
Na última quarta-feira, o Congresso suspendeu durante 90 dias o decreto 1.090, que visava a regulamentar e supervisionar a gestão e aproveitamento sustentável dos recursos florestais, incluindo concessões de ecoturismo e de conservação, através de uma autoridade subordinada ao Ministério da Agricultura.
O projeto atendia a um pedido dos Estados Unidos para que o Peru tenha uma entidade para investigar as infrações na gestão do sistema florestal e garantir que a madeira comercializada não tenha origem ilícita, condição imposta por esse país para a aprovação do tratado de livre-comércio promulgado por ambos os governos no ano passado.
No entanto, os povos amazônicos e ONGs que os apoiam reivindicam a revogação dessa norma, porque as comunidades indígenas não foram consultadas para a aprovação, conforme o disposto pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em consequência dos confrontos, a ministra peruana da Mulher e do Desenvolvimento Humano, Carmen Vildoso, renunciou ao cargo, declarando se opor à postura das autoridades nos conflitos.
O governo da Nicarágua concedeu na terça-feira asilo político ao dirigente indígena peruano Alberto Pizango, acusado de ser mentor dos violentos protestos. O embaixador do país no Peru, Tomás Borge, que está em Manágua (capital da Nicarágua) por questões familiares, disse hoje à imprensa que o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, tomou a decisão de conceder o pedido de asilo a Pizango.
Por sua parte, a organização civil Anistia Internacional, de proteção aos direitos humanos, manifestou "muita preocupação" com a "situação crítica" na Amazônia peruana. A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, por sua parte, exigiu que o governo peruano suspenda as ações violentas contra os nativos.
Com Efe
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice