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16/06/2003 - 21h24

Críticos da guerra são ''historiadores revisionistas'', diz Bush

da Agência Lusa, em Elizabeth (EUA)

O presidente americano, George W. Bush, afirmou hoje que a guerra contra o Iraque foi justificada pela necessidade de garantir a segurança dos Estados Unidos, atacando os ''historiadores revisionistas'' que põem em dúvida a sua necessidade.

''Este país reagiu a uma ameaça representada pelo ditador iraquiano. Agora, alguns gostariam de reescrever a história, e a esses chamo-os 'historiadores revisionistas''', declarou o presidente norte-americano durante um discurso em Elizabeth (Nova Jersey).

''Saddam Hussein era uma ameaça para a América e para o mundo livre em 1991, em 1998 e em 2003. Continuou a ignorar os pedidos do mundo livre, por isso, os Estados Unidos e os seus amigos e aliados agiram. Uma coisa é certa, Saddam Hussein já não é uma ameaça para os Estados Unidos e para os nossos amigos e aliados'', acrescentou Bush.

Críticas

Um dos ex-conselheiros do presidente Bush em matéria de contra- terrorismo, Rand Beers, criticou hoje, numa entrevista publicada pelo diário ''Washington Post'', a política de segurança interna da Casa Branca.

''A administração não faz o que diz na guerra contra o terrorismo. Não aumenta a nossa segurança, pelo contrário'', declarou Beers ao ''Washington Post''.

Beers demitiu-se das suas funções pouco antes do início da guerra contra o Iraque e acaba de juntar-se ao senador democrata John Kerry, candidato à eleição presidencial de 2004.

''Em 11 de setembro (2001), o nosso país ficou chocado. Esta parte do mundo ficou particularmente chocada com a violência, a violência repentina, sofrida. Ficamos chocados por perceber que os oceanos já não nos protegiam mais e que tínhamos de repente uma missão séria a cumprir'', ressaltou Bush ao lembrar a guerra contra o regime dos taleban no Afeganistão e a travada contra o regime de Saddam Hussein.

Rand Beers trabalhou no Conselho Nacional de Segurança (NSC) da Casa Branca de agosto de 2002 até à sua demissão em março passado.

Ele ocupou funções semelhantes no NSC durante 35 anos nas administrações Ronald Reagan, George Bush e Bill Clinton.

Beers critica o fato de a atual administração republicana preocupar-se demasiadamente com a ofensiva antiterrorista sem providenciar meios para melhor proteger os Estados Unidos contra novos atentados, semelhantes aos perpetrados pela Al Qaeda, em 11 de setembro de 2001. Para ele, a guerra no Iraque foi ''mal concebida e pobremente executada''.

A administração Bush centrou seu discurso contra o Iraque, nos meses que precederam a guerra, no fato do país supostamente possuir armas de destruição em massa, e que poderia utilizá-las contra países aliados dos Estados Unidos ou dá-las aos terroristas para utilizarem contra alvos norte-americanos.

As tropas norte-americanas e britânicas presentes no Iraque não conseguiram encontrar tais armas desde a queda de Saddam Hussein, à exceção de dois caminhões que Londres e Washington descrevem como laboratórios móveis capazes de fabricar armas químicas e biológicas.

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