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17/06/2003 - 18h36

Colin Powell pede adoção de linha dura contra governo de Mianmar

da Agência Lusa, em Phnom Penh (Camboja)

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, defendeu hoje a ''necessidade da adoção de uma linha dura contra Mianmar'', ao fazer declarações no vôo que o levou de Washington à capital cambojana.

No Camboja, Powell participa amanhã em reuniões multilaterais sobre segurança no quadro do Fórum Regional do Sudeste Asiático (FRA, inaugurado em 1994), da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

No plano bilateral, Powell tem previstas reuniões com os chefes da diplomacia chinesa (Li Zhaoxin), japonesa (Yoriko Kawaguchi), sul-coreana (Yoon Yung-Kwan) e indiana (Jashwant Sinha).

Paek Nam-sun, ministro dos Negócios Estrangeiros da Coréia do Norte --país com o estatuto de observador na Asean desde 2000--, recusou-se participar dos eventos em Phnom Penh.

Liberdade para líder birmanesa

A situação birmanesa depois da segunda detenção da prêmio Nobel da Paz (1991) Aung San Suu Kyi, o programa nuclear norte-coreano e o combate global ao terrorismo são pontos em destaque na agenda do secretário de Estado dos EUA.

''Queremos que Aung San Suu Kyi seja libertada logo que possível e autorizada a participar no processo político'' nacional, afirmou Powell. ''Nos últimos meses houve algum movimento neste sentido, mas o governo -da Junta Militar-- acabou por recuar''.

O secretário americano defendeu ''a necessidade de todos adotarem uma linha dura contra Mianmar'' no seio da Asean.

Powell anunciou na semana passada que iria insistir, ao encontrar-se com seus colegas da organização na capital cambojana, na pressão sobre Yangun. O bloco asiático tradicionalmente é avesso a confrontos com países-membros.

No entanto, a Asean teve hoje um gesto inédito ao exigir a ''rápida libertação'' da prêmio Nobel da Paz, detida em 30 de maio numa emboscada, quando realizava viagem política no norte do país.

O Fórum Regional da Asean é a única estrutura de segurança local que congrega, além dos dez membros da organização, mais 22 países, entre os quais potências como os Estados Unidos e Canadá, a União Européia (UE), Rússia, China, Japão, Índia e Austrália.

Coréia do Norte

Os chefes das diplomacias da Asean expressaram hoje a sua preocupação pela espiral de tensões gerada pelo programa nuclear norte-coreano, desenvolvido pelo regime do presidente Kim Jong-il.

Powell quer também paralisar atividades ilícitas norte-coreanas, como as exportações de mísseis, armas, drogas (heroína) e moeda falsa.

O Fórum Regional do Sudeste Asiático também deve discutir a criação de um mecanismo multilateral para resolver a disputa com Pyongyang, sugerido pelas Filipinas.

O grupo estuda também uma cooperação para combate ao terrorismo, depois da detenção, nos últimos meses, de dezenas de supostos militantes da rede Jamaah Islamiyah (ligada à Al Qaeda), na Indonésia, Cingapura, Malásia, Filipinas, Camboja e Tailândia.

A Jamaah Islamiyah --que esteve por trás do atentado na discoteca na ilha indonésia de Bali, com um saldo de 220 mortos--, é considerada uma ameaça real para a região.

Powell pretende expor um plano para prevenção do terrorismo marítimo, especialmente no estreito de Malaca (entre a Indonésia e a Malásia), uma das rotas (Índico-Pacífico) mais transitadas do planeta.

Para julgar os responsáveis de cúpula do Khmer Vermelho (Camboja) ainda vivos, o secretário de Estado norte-americano pretende que o Executivo de Phnom Penh colabore na criação de um tribunal penal internacional especial.

Além disso, está em discussão a admissão do Paquistão na Asean. A escolha terá de ser feita por unanimidade e, para tal, o país precisa obter o voto da Índia, implicando o levantamento de uma moratória vigente desde 2000.
 

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