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25/06/2003 - 13h07

Grupos palestinos aceitam 3 meses de trégua com Israel

da Folha Online

Em um avanço na implementação do plano de paz para o Oriente Médio, os grupos extremistas palestinos Hamas e Jihad Islâmico assinaram hoje um acordo de suspender os ataques contra israelenses durante três meses, disse uma autoridade do Fatah, grupo político do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.

As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, braço armado do Fatah, que também realizaram ataques antiisraelenses, assinaram o acordo.

O dirigente do Fatah Kadoura Fares disse que nos últimos dias houve intensos contatos entre os líderes do Fatah, Marwan Barghouti, que está preso em Israel, e do Hamas, Khaled Mashal, e do Jihad Islâmico, Ramadan Shalah, que estão em Damasco.

Os braços armados dos três grupos palestinos são responsáveis por ataques a bombas e tiros contra israelenses durante os 33 meses de confronto, deixando centenas de mortos.

"O diálogo palestino resultou em um acordo de cessar-fogo para um período de três meses", declarou Fares, acrescentando que um comunicado formal sobre a trégua seria divulgado ainda hoje.

Uma fonte palestina, que falou sob anonimato, declarou que o documento com os termos do cessar-fogo foi assinado por Mashal, Shalah e Barghouti.

Exigências

Segundo a fonte, os grupos palestinos concordam em suspender os ataques por três meses e, em troca, exigem que Israel suspenda o assassinato de militantes e as incursões militares. Pedem ainda que Israel solte os prisioneiros palestinos, mas não dão qualquer prazo para isso.

"Nós do movimento Fatah dizemos que essa iniciativa deve ser seguida pelo fim da agressão pelo governo israelense contra o povo palestino", declarou Fares. "Nós consideramos isso como um passo para acabar com a ocupação [israelense dos territórios palestinos] e elogiamos o espírito de responsabilidade do Hamas e do Jihad Islâmico."

Líderes locais do Hamas não puderam confirmar o acordo. Mas Mohammed al Hindi, líder do Jihad Islâmico na faixa de Gaza, afirmou que o Hamas aceitou o cessar-fogo de três meses e estava tentando organizar uma declaração conjunta com o grupo.

Mediadores estavam informando autoridades palestinas e egípcias sobre o acordo.

O Egito ajudou o premiê palestino em persuadir os militantes a suspender os ataques e dar uma chance ao plano de paz para o Oriente Médio.

A fonte declarou que um anúncio oficial sobre o cessar-fogo seria feito nos próximos dias, provavelmente no Cairo.

Autoridades de inteligência militar tinham dito que aguardavam acordo, enquanto autoridades palestinas e líderes militantes haviam sugerido que o acordo era iminente.

Ataque

Pouco depois do anúncio do acordo de cessar-fogo, helicópteros israelenses lançaram hoje três mísseis contra dois carros de palestinos na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, deixando dois mortos e 16 feridos.

Um dos carros atingidos pertencia a Mohammed Masri, ativista do Hamas. Segundo a segurança palestina, Masri não era conhecido com um dos líderes do grupo extremista Hamas.

Pela manhã, soldados israelenses mataram a tiros dois militantes do Hamas que, segundo a polícia, planejavam um atentado antiisraelense.

O confronto ocorreu na região de Beit Hanoun, controlado por forças israelenses há várias semanas na tentativa de impedir que palestinos lancem foguetes caseiros contra a cidade de Sderot, em Israel.

Segundo o Hamas, a ação foi uma vingança pela morte de Abdullah Qawasme, um importante membro do grupo assassinado por Israel no final de semana em Hebron.

O tiroteio aconteceu a 9 km do gabinete do primeiro-ministro palestino, Abu Mazen, em Gaza, onde o premiê estava reunido com o enviado dos EUA para a região, John Wolf.

Wolf foi enviado ao Oriente Médio depois da cúpula de Ácaba, na Jordânia, no dia 4 de junho, em que israelenses e palestinos se comprometeram com um plano de paz proposto pelo Quarteto (EUA, Rússia, ONU e União Européia), que prevê o fim imediato da violência e o estabelecimento de um Estado palestino até 2005. Desde a cúpula de Ácaba, mais de 60 pessoas dos dois lados foram mortas na região.

O nível de tensão continua alto, em parte porque Israel prendeu mais de 160 palestinos ontem em Nablus e Hebron, as duas maiores cidades da Cisjordânia.

Autoridades palestinas disseram que a medida era uma tentativa dos israelenses de sabotar os esforços de paz.

Com agências internacionais

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