Governo critica Exército francês por causar incêndio em Marselha

O governo de Marselha, no sul da França, criticou a "imbecilidade" dos legionários franceses que causaram um incêndio nesta quarta-feira que devastou 1.200 hectares de vegetação e ameaçou chegar a bairros do leste e sul da cidade. Segundo o jornal espanhol "El Pais", os legionários provocaram as chamas ao fazer um exercício militar sob calor de 32ºC e fortes ventos.

A polícia informou que o incêndio, um dos maiores registrados na França nos últimos três anos, atingiu dezenas de casas, mas não provocou vítimas.

Os moradores de um asilo em La Panouse, relata o "El Pais", tiveram que ser retirados do local às 3h para um ginásio, onde passaram o resto da noite. Um centro para pessoas com deficiência também foi esvaziado.

Os bombeiros afirmaram nesta quinta-feira que as chamas estão sob controle, depois der 17 horas de trabalho e sete bombeiros feridos por intoxicação. Cerca de 500 homens ainda trabalham no local.

O prefeito da região, Michel Sapin, disse à emissora de rádio RTL que o gesto dos militares foi uma "imbecilidade". "Chamei o governador militar para dizer-lhe que é inadmissível e escandaloso que os militares, como se não fosse nada, continuem suas atividades quando há vento e as condições são perigosas", disse, citado pelo jornal espanhol.

As autoridades abriram uma investigação sobre as causas do incêndio e os exercícios de tiros foram suspensos.

O primeiro-ministro francês, François Fillon, mudou sua agenda nesta quinta-feira e viajará a Marselha para verificar a situação no local. Ele será acompanhado pelo ministro de Interior, Brice Hortefeux, e o de Defesa, Hervé Morin.