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15/07/2003 - 04h10

Blair diz sentir orgulho de papel britânico na Guerra do Iraque

da Folha de S.Paulo

O premiê Tony Blair disse ontem que tem orgulho do papel do Reino Unido na deposição do ex-ditador Saddam Hussein e defendeu os relatórios de inteligência apresentados por seu governo antes do início da Guerra do Iraque. Mas uma pesquisa de opinião mostrou que a maioria da população britânica pensa que foi enganada por ele antes da guerra.

Questionado sobre a afirmação dos serviços de inteligência britânicos de que o Iraque tinha tentado comprar urânio do Níger, Blair não disse claramente que a apoiava. Esse tema tem gerado controvérsia no Reino Unido e nos EUA.

George W. Bush fez essa acusação contra Saddam no final de janeiro, num discurso no Congresso, apresentando o fato como um dos motivos para depor o ex-ditador. Na semana passada, a Casa Branca admitiu, pela primeira vez, que não tinha provas suficientes para fazer tal acusação.

Na sexta-feira, o diretor da CIA (Agência Central de Inteligência), George Tenet, assumiu a responsabilidade por não ter dito a Bush que a informação sobre a tentativa de compra de urânio não era correta. Democratas (oposição nos EUA) pedem sua demissão.

"Deveríamos ter orgulho do que fizemos. Saddam se foi, e o mundo será mais seguro graças a nossas ações", afirmou Blair.

Mas, segundo pesquisa publicada no tablóide britânico "Daily Mirror", 66% dos entrevistados pensam que o premiê os enganou --voluntariamente ou não-- antes de enviar as tropas ao Iraque.

O Reino Unido não pode revelar aos EUA como soube que o Iraque tentava comprar urânio no Níger, pois recebeu essa informação de outro país, segundo disse o chanceler britânico, Jack Straw. Este não disse que país estava por trás da informação.

O diário "Financial Times" divulgou a informação de que os britânicos tinham recebido a notícia da França e da Itália. Mas a Chancelaria francesa refutou essa informação, dizendo "não estar por trás" do fato. O governo italiano não se pronunciou sobre o tema. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que a entidade sabia que o relatório britânico era falso desde março.

Blair viaja para os EUA na próxima quinta-feira. Nos EUA, a Casa Branca tentou minimizar as acusações contra Bush, afirmando que "o caso está terminado".

"Para o presidente, esse assunto pertence ao passado. Creio que o caso esteja terminado", declarou Ari Fleischer, que, ontem, deixou o posto de porta-voz da Casa Branca. "Trata-se de um monte de bobagens", disse.

O presidente afirmou que os relatórios de inteligência que recebe da CIA são "muito bons".

Com agências internacionais

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