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27/07/2009 - 10h53

Afeganistão anuncia cessar-fogo com Taleban às vésperas da eleição

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da Folha Online

A Presidência afegã anunciou nesta segunda-feira que responsáveis locais conseguiram pela primeira vez um acordo de cessar-fogo com insurgentes do grupo islâmico radical Taleban no oeste do país com objetivo de garantir a segurança da eleição presidencial de 20 de agosto. O Taleban, contudo, desmentiu a informação e horas depois protagonizava ataques no país.

O anúncio do acordo, assinado em um distrito da Província de Badghis, aconteceu após o aumento na violência terrorista no país e o envio de milhares de soldados americanos para garantir a segurança das eleições de 20 de agosto, que também serão provinciais.

Arte Folha Online

Esta espiral de violência vem gerando dúvidas entre observadores sobre se as eleições serão livres ou confiáveis.

"Desde sábado foi estabelecido um cessar-fogo no distrito de Bala Murghab, Província de Badghis, graças aos esforços e à mediação dos idosos [autoridades locais] e a sua influência junto à população da Província", indicou Seyamak Herawi, um porta-voz do presidente afegão, Hamid Karzai, que vai tentar a reeleição.

O acordo foi negociado durante 20 dias. Sua assinatura permitiu a saída dos talebans de três zonas do distrito de Bala Nurghab --que voltaram às mãos das autoridades locais.

Além disso, permitirá a adoção das infraestruturas necessárias para a realização das eleições e a realização de campanha eleitoral. "Este acordo é uma premissa no país e um modelo que outras Províncias e regiões também tentam aplicar", disse.

"Na medida em que o cessar-fogo for respeitado, o governo não tem a intenção de atacar o Taleban. E o Taleban também pode participar das eleições", disse Herawi.

Desmentido

Um porta-voz dos insurgentes talebans desmentiu qualquer acordo com as autoridades. Yusuf Ahmadi disse que os insurgentes não necessitam de um cessar-fogo.

"A resistência contra os inimigos continua inabalável. O governo inventou isso", disse Yusuf.

O Ministério de Interior do Afeganistão afirmou que horas depois do anúncio de cessar-fogo os "inimigos da paz e estabilidade" --termo utilizado para descrever os talebans-- atacaram policiais na Província. Dois insurgentes foram mortos e dois policiais ficaram feridos.

Karzai é alvo de críticas de seus rivais por não ter feito o suficiente para melhorar a segurança em um país devastado pela guerra desde que uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos expulsou do poder os talebans, no fim de 2001.

Bagdhis não é um reduto taleban, mas faz parte das Províncias nas quais os insurgentes ampliaram sua influência nos últimos dois anos.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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