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17/07/2003
-
04h10
Sofrendo críticas cada vez mais duras contra o envolvimento britânico na Guerra do Iraque, o primeiro-ministro Tony Blair chega hoje a Washington para se encontrar com o presidente dos EUA, George W. Bush, seu principal aliado no conflito.
Bush, por sua vez, recentemente foi forçado a reconhecer que errou ao afirmar, em janeiro deste ano, que o Iraque havia tentado comprar urânio na África --informação repassada aos EUA pelo serviço secreto do Reino Unido.
Ontem, no entanto, Blair saiu em defesa da inteligência britânica e disse que mantém a alegação que Saddam Hussein tentou comprar urânio em Níger, acusação que foi desmentida na semana passada pelo próprio diretor da CIA (serviço secreto americano), George Tenet. Ele disse que a informação se baseava em documentos falsos.
"Eu não aceito [a acusação] de que as pessoas foram enganadas. Eu defendo tudo o que estava naquele dossiê", disse Blair durante questionamento no Parlamento britânico.
Bush e Blair, que juntos enviaram mais de 250 mil soldados para invadir o Iraque em março, justificaram a guerra acusando o ex-ditador iraquiano de manter um arsenal de armas de destruição em massa. Desde o final do conflito, no entanto, não foi encontrada nenhuma arma desse tipo.
Embora os dois chefes de Estado estejam sofrendo críticas dentro de seus países por causa da Guerra do Iraque, o prejuízo tem sido maior para Blair, que vê queda na sua popularidade e ainda tem de enfrentar críticos do próprio Partido Trabalhista.
Teste dos laços
Em uma tentativa de mostrar à opinião pública britânica que sua "relação especial" com os EUA não é uma via de mão única, Blair deverá pedir, em discurso no Congresso americano, que Bush mantenha pressão máxima em favor da implementação do novo plano de paz no Oriente Médio.
O objetivo é lembrar aos próprios trabalhistas que Blair tem empurrado Bush para um papel mais ativo no conflito entre israelenses e palestinos em troca do seu apoio à Guerra do Iraque.
Outro tema a ser tratado por Blair nos EUA é a situação de dois britânicos que estão presos na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, acusados de terrorismo. Os dois serão julgados por um tribunal militar e podem ser condenados à morte.
Blair não deverá mencionar o assunto no discurso, mas planeja pressionar Bush para que os dois presos tenham direito à defesa ampla e reforçar a oposição do Reino Unido à pena capital.
Com agências internacionais
Especial
Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
Bush e Blair se reúnem sob críticas em relação ao Iraque
da Folha de S.PauloSofrendo críticas cada vez mais duras contra o envolvimento britânico na Guerra do Iraque, o primeiro-ministro Tony Blair chega hoje a Washington para se encontrar com o presidente dos EUA, George W. Bush, seu principal aliado no conflito.
Bush, por sua vez, recentemente foi forçado a reconhecer que errou ao afirmar, em janeiro deste ano, que o Iraque havia tentado comprar urânio na África --informação repassada aos EUA pelo serviço secreto do Reino Unido.
Ontem, no entanto, Blair saiu em defesa da inteligência britânica e disse que mantém a alegação que Saddam Hussein tentou comprar urânio em Níger, acusação que foi desmentida na semana passada pelo próprio diretor da CIA (serviço secreto americano), George Tenet. Ele disse que a informação se baseava em documentos falsos.
"Eu não aceito [a acusação] de que as pessoas foram enganadas. Eu defendo tudo o que estava naquele dossiê", disse Blair durante questionamento no Parlamento britânico.
Bush e Blair, que juntos enviaram mais de 250 mil soldados para invadir o Iraque em março, justificaram a guerra acusando o ex-ditador iraquiano de manter um arsenal de armas de destruição em massa. Desde o final do conflito, no entanto, não foi encontrada nenhuma arma desse tipo.
Embora os dois chefes de Estado estejam sofrendo críticas dentro de seus países por causa da Guerra do Iraque, o prejuízo tem sido maior para Blair, que vê queda na sua popularidade e ainda tem de enfrentar críticos do próprio Partido Trabalhista.
Teste dos laços
Em uma tentativa de mostrar à opinião pública britânica que sua "relação especial" com os EUA não é uma via de mão única, Blair deverá pedir, em discurso no Congresso americano, que Bush mantenha pressão máxima em favor da implementação do novo plano de paz no Oriente Médio.
O objetivo é lembrar aos próprios trabalhistas que Blair tem empurrado Bush para um papel mais ativo no conflito entre israelenses e palestinos em troca do seu apoio à Guerra do Iraque.
Outro tema a ser tratado por Blair nos EUA é a situação de dois britânicos que estão presos na base naval americana de Guantánamo, em Cuba, acusados de terrorismo. Os dois serão julgados por um tribunal militar e podem ser condenados à morte.
Blair não deverá mencionar o assunto no discurso, mas planeja pressionar Bush para que os dois presos tenham direito à defesa ampla e reforçar a oposição do Reino Unido à pena capital.
Com agências internacionais
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