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04/08/2009 - 19h25

Conselheiro de Obama diz ter "boa explicação" para bases na Colômbia

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da Folha Online
da France Presse, em Brasília

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, o general da reserva Jim Jones, disse nesta terça-feira, em sua visita a Brasília, que irá dar uma "boa explicação" ao governo brasileiro sobre a ampliação da presença militar americana em três bases da Colômbia após a perda da base de Manta, no Equador. O acordo entre EUA e Colômbia elevou as tensões na região, principalmente com a vizinha Venezuela.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusa os EUA de quererem fazer, da Colômbia, uma plataforma para "atacar" os vizinhos na região. O assessor especial da Presidência do Brasil para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, confirmou nesta terça-feira que essas bases são vistas como "resquícios da Guerra Fria" que "não ajudam na distensão".

Garcia, que esteve nesta segunda-feira (3) com Chávez, em Caracas, fez um apelo para que os EUA não desperdicem a boa imagem que possui o governo do presidente Barack Obama. "A conexão dos EUA com alguns países da América do Sul é bem tênue, e é importante que essa conexão seja estabelecida, que seja possível concretizar um diálogo mais consistente." "É hora de uma ação mais diplomática, para evitar uma guerra midiática", completou.

Na semana passada, em entrevista concedida em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não lhe "agradava" a crescente presença dos EUA na Colômbia. "Essas coisas temos que ver com muito cuidado para não gerar conflito nem com o [presidente colombiano, Álvaro] Uribe, nem com os EUA, nem com os vizinhos."

Uribe irá nesta quinta-feira (6) a Brasília justamente para explicar as bases a Lula. Em apenas três dias, eles passará também por Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. "É um gesto de humildade positivo, que demonstra que ele percebeu que as coisas não tinham sido bem comunicadas", afirmou Garcia.

De acordo com Jones, o assunto será tratado com as autoridades brasileiras e "terá uma boa explicação e um desfecho satisfatório". "De nenhuma maneira isso vai interferir no progresso da nossa amizade e da nossa cooperação" com o Brasil, disse.

Mesmo confirmando que a situação não deverá estremecer as relações entre EUA e Brasil, o assessor do presidente Lula confirmou que a proximidade dos americanos de regiões como a Amazônia incomoda. "Não me parece que perto da fronteira de uma área como a Amazônia, que muitas vezes é objeto de cobiça internacional, seja positivo o estabelecimento de bases cujos alcances e objetivos não estão muito claros para nós."

Os EUA utilizam atualmente 39 bases aéreas em todo o mundo com esse objetivo e planejam operar em 44 bases no período de 2015 a 2025. Por enquanto, nenhuma na América do Sul.

O aumento da presença militar americana foi anunciado só um dia antes do encerramento das atividades americanas na base militar de Manta, no último dia 17. Conforme informações do governo colombiano, se sair, o acordo ampliará sua presença nas bases de Malambo, no norte, e Palanquero e Apiay, no centro.

O governo colombiano, o maior receptor de ajuda militar dos EUA fora do Oriente Médio, afirma que as bases não serão americanas, já que Bogotá terá o controle das operações.

arte/ Folha de S.Paulo

Com Efe e France Presse

 

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