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Berlusconi diz não ter nada de que se desculpar sobre escândalo sexual
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STEPHEN BROWN
da Reuters, em Roma (Itália)
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse nesta sexta-feira que não tem "nada de que se desculpar" pelos escândalos recentes por revelações sobre suas supostas relações com várias mulheres e festas com prostitutas. Berlusconi disse ainda que não teme ser chantageado e se vangloriou de que seu apoio entre a população está em níveis recordes.
Berlusconi, 72, definiu as pessoas que espalham tais histórias como "anti-italianos que deveriam envergonhar-se de si próprios".
Pier Paolo Cito/AP |
Primeiro-ministro Silvio Berlusconi diz não ter nada do que se desculpar em escândalo |
Em entrevista à imprensa antes de entrar em férias, Berlusconi não demonstrou nenhum sinal de remorso e apresentou os bons resultados de seus 14 meses no cargo. Ele não poupou elogios para seu papel na esfera diplomática, chegando a dizer que demonstrou um "toque de gênio".
"Ninguém pode me chantagear, e eu não tenho nenhum esqueleto no guarda-roupa. Não tenho nada do que me desculpar pela minha vida privada, nem mesmo para a minha família", disse ele aos repórteres.
A ex-mulher de Berlusconi, Veronica Lario, disse em maio que queria se divorciar por causa do relacionamento dele com uma adolescente de Nápoles, a quem ele deu um colar de 6.000 euros em seu aniversário.
A revelação logo foi superada por histórias de prostitutas passando a noite na casa de Berlusconi e relatos de conversas íntimas secretas gravadas por uma mulher, Patrizia D'Addario, a quem foi feita a promessa de uma cadeira no Parlamento europeu.
D'Addario é uma das jovens mulheres que disseram ter sido pagas paga para passar a noite na mansão de Berlusconi. Ela gravou áudios e vídeos pelo celular durante uma festa realizada em Roma em 4 de novembro --dia da eleição nos Estados Unidos. Todas foram entregues à Promotoria de Bari, que investiga o empresário Giampaolo Tarantini por suspeita de corrupção e cumplicidade com prostituição. ele seria o responsável por contratar as prostitutas.
Berlusconi, cujos flertes já haviam sido anteriormente motivo de reprimendas públicas de sua mulher, negou ter pago por sexo.
Adoro
Berlusconi já havia admitido que "não é nenhum santo", mas nesta sexta-feira negou acusações de chauvinismo, alimentadas por suas piadas sexistas e preferência por jovens bonitas para cargos políticos, tais como a ex-modelo Mara Carfagna, que posou várias vezes nua, para o posto de ministra da Igualdade.
"A imprensa estrangeira escreve que eu odeio as mulheres", disse ele. "Se há algo que eu adoro, são as mulheres."
Berlusconi diz que o jornal "La Repubblica", de linha esquerdista, está promovendo uma campanha contra ele. Na entrevista à imprensa, Berlusconi acusou ainda a TV estatal RAI --sobre a qual tem controle político-- de ser tendenciosa contra ele.
O primeiro-ministro está no seu terceiro mandato e é também proprietário do maior grupo privado de comunicações da Itália, Mediaset.
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