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30/07/2003 - 07h52

Vice-presidente iraniano admite que jornalista foi assassinada

da France Presse, em Teerã (Irã)

O vice-presidente iraniano, Mohammad Ali Abtahi, próximo ao presidente reformista Mohammad Khatami, classificou hoje como "assassinato" a morte da jornalista iraniana-canadense Zahra Kazemi.

"A tese mais provável é, como está escrito no informe da comissão investigadora [ordenado pelo presidente Khatami], que o assassinato foi causado por um golpe que provocou uma hemorragia", declarou à imprensa no final do conselho de ministros.

Em uma entrevista ao jornal iraniano "Yas-e-No", publicada hoje, a mãe da jornalista, morta em circunstâncias obscuras, depois de ter sido presa em Teerã, declarou que aceitou enterrá-la no Irã e não no Canadá devido a pressões.

Kazemi foi enterrada em sua cidade natal, Chiraz (sudoeste do Irã), duas semanas depois de sua controvertida morte durante a prisão.

"Durante 15 dias, estive hospedada em Teerã na casa da mãe de um amigo de minha filha", declarou Ezzat Kazemi ao jornal iraniano. "Todos os dias quatro ou cinco senhores vinham falar com o proprietário, causando preocupações, me vi obrigada a dar minha aprovação", disse. Ezzat Kazemi não explicou quem eram "esses senhores".

Enterro

O governo canadense e o filho da jornalista queriam que a jornalista fosse enterrada no Canadá, mas ela acabou sendo sepultada em Chiraz, sua cidade natal, no dia 23 de julho.

"Uma mulher sozinha, sem dinheiro e estrangeira [na capital], onde poderia ir? Peguei seu corpo então e o levei a Chiraz", afirmou.

Apesar disso, a mãe da jornalista morta havia, segundo suas próprias palavras, concordado por escrito na Embaixada do Canadá em Teerã com os procedimentos para que o corpo fosse repatriado.

Para os canadenses, não há dúvidas de que a repórter fotográfica, presa no dia 23 de junho em Teerã, morreu devido aos golpes que recebeu durante sua prisão.

Entre sua prisão, quando tirava fotos em frente da prisão da capital iraniana, e sua hospitalização, no dia 27 de junho, Zahra Kazemi foi interrogada pela Procuradoria, pela Polícia e pelo serviço de inteligência. A jornalista morreu no dia 11 de julho, de hemorragia cerebral causada por uma fratura no crânio.
 

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