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14/08/2009 - 10h33

ONU pede ajuda internacional para investigar torturas em prisão do Irã

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da Efe, em Viena (Áustria)
da Folha Online

O relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para tortura, o austríaco Manfred Nowak, pediu ajuda internacional para aumentar a pressão sobre o Irã para que autorize sua visita ao país. Nowak quer investigar pessoalmente a situação dos opositores detidos em prisões iranianas, após sérias acusações de sistemática tortura e abuso sexual contra os opositores presos durante os protestos que seguiram a eleição presidencial de 12 de junho.

Nowak fez as declarações à rádio pública austríaca ORF, depois que ele e outros dois relatores especiais da ONU expressaram nesta quinta-feira em Genebra sua preocupação com os supostos maus-tratos aos detidos iranianos.

Abedin Taherkeenareh/Efe
Iraniano participa de um dos muitos protestos que marcaram a eleição
Iraniano participa de um dos muitos protestos que marcaram a eleição

"Acho que são muitos os "casos individuais" para vê-los como tais. Isto é metódico. Realmente temo que aqui se ataquem decididamente opositores do governo, tanto estudantes quanto seguidores dos partidos da oposição e jornalistas", disse o especialista.

Ele explicou que foi contatado tanto por pessoas libertadas após período presas por protestar contra os resultados das eleições de 12 de junho quanto por advogados e parentes de outros opositores ainda presos, que denunciaram maus-tratos.

No domingo passado (9), o clérigo reformista e ex-candidato presidencial Mehdi Karubi afirmou que alguns dos manifestantes da oposição detidos durante os distúrbios --homens e mulheres-- foram estuprados na cadeia. Mais cedo, o chefe da polícia iraniana admitiu que alguns destes prisioneiros foram torturados.

"Alguns funcionários de alto escalão me contaram que, assuntos realmente vergonhosos, alguns jovens presos foram estuprados. Algumas das jovens mulheres presas também foram estupradas de um modo que causou sérios ferimentos", disse o reformista, em seu site.

O ultraconservador Ahmadinejad foi reeleito em pleito do dia 12 de junho passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi.

Arte/Folha Online

A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e cerca de 2.000 foram presos.

O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.

Fundamentada

Após estudar a credibilidade de cada caso, Nowak disse considerar fundamentada a suspeita de que nas prisões iranianas ocorre tortura de forma sistemática, com o fim de obter confissões para os processos judiciais que correm abertos ao público.

Nowak afirma que o objetivo destes métodos é amedrontar os opositores ao presidente Ahmadinejad, que mantêm sua pressão para que renuncie desde as últimas eleições.

O relator internacional disse, contudo, não ter como confirmar ou desmentir as graves acusações de Karubi.

 

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