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07/08/2003 - 20h32

Grupo ligado à Al Qaeda é suspeito de atentado em Bagdá

da Folha Online

O Exército dos EUA está investigando a possível participação do grupo Ansar Al Islam, suspeito de ligação com a Al Qaeda, no atentado com carro-bomba em frente à embaixada jordaniana em Bagdá que deixou hoje 11 mortos e 65 feridos, informou o Pentágono.

''A organização que estamos seguros, que sabemos que está no Iraque e na zona de Bagdá é o Ansar Al Islam'', declarou o general Norton Schwartz, diretor de operações do Estado-Maior Conjunto dos EUA.

''Não está claro se esta organização em particular está associada com os fatos desta manhã. Talvez isso irá ficar mais claro à medida que formos avançando. Mas é uma organização vinculada à Al Qaeda, e estamos focando nossa atenção nela'', afirmou Schwartz.

O general afirmou que ainda não sabe se o atentado foi trabalho de terroristas estrangeiros ou de ex-membros do partido Baath, de Saddam Hussein, ou forças paramilitares.

Ele também não quis opinar sobre a possibilidade de o ataque representar uma mudança nas táticas da guerrilha que coordena a resistência contra as tropas de ocupação americanas.

''Há terroristas no Iraque. Sabemos disso e temos falado sobre o tipo de atividades que temos visto'', afirmou Lawrence Di Rita, assistente do secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, e secretário de imprensa interino do Pentágono.

''Os terroristas utilizam táticas variadas, incluindo este tipo de tática'', explicou Di Rita.

Carro-bomba

Um carro-bomba explodiu hoje em frente à Embaixada da Jordânia em Bagdá, capital do Iraque, deixando ao menos 11 mortos, incluindo duas crianças, e 65 feridos.

Suhaib Salem/Reuters
Iraquianos observam área da embaixada jordaniana em Bagdá atingida pela explosão de um carro-bomba
Após a explosão, que ocorreu às 11h (4h em Brasília), dezenas de iraquianos saquearam a embaixada, arrancaram a bandeira jordaniana e queimaram retratos do rei Abdullah 2º e de seu pai, o falecido rei Hussein.

O motivo do ataque não está claro e nenhum grupo se responsabilizou pela autoria do atentado. A explosão ocorreu uma semana depois de a Jordânia dar asilo a duas filhas do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein.

O general americano Ricardo Sanchez, comandante das tropas terrestres no Iraque, disse que a ação foi feita por ''terroristas profissionais''.

Quatro carros foram destruídos, e os muros da embaixada foram atingidos por um incêndio. Uma parte do muro caiu, e a guarita onde estavam os guardas da embaixada foi projetada contra o pátio da sede diplomática.

O cônsul da Jordânia, Karim Shushan, está entre os feridos, disse Ahmed al-Bakri, médico do hospital Yarmuk. Shushan fraturou a perna direita e também recebeu tratamento para ferimentos internos.

Acredita-se que a bomba tenha sido colocada em um microônibus estacionado do lado de fora da embaixada e detonada à distância. Militares americanos inspecionaram o lugar da explosão, onde um tanque do Exército se posicionou. Outros tanques americanos cercaram a área.

O governo jordaniano classificou o atentado de ''ato criminoso'' e de ''operação terrorista covarde''.

Detenções

Enquanto isto, no centro e norte do Iraque, as tropas americanas prosseguiam as operações de busca a Saddam Hussein.

Nas últimas 24 horas, a unidade encarregada de encontrar o ex-ditador, composta por 27 mil oficiais, prendeu 49 pessoas ao norte de Bagdá.

Entre elas estão quatro partidários do ex-presidente, sendo um responsável pelos Fedayin de Saddam, uma milícia de defesa do ditador, e dois colaboradores de seus filhos, Uday e Qussay, que foram assassinados no dia 22 de julho pelas tropas americanas, explicou o general Raymond Odierno, comandante da ''Task Force Iron Horse''.

Além disso, na região onde estão sendo realizadas as operações foram detectadas pistas da passagem de Saddam Hussein. ''Ele pode estar nesta área'', acrescentou o general, sem divulgar mais detalhes, durante entrevista coletiva em Tikrit, bastião do ex-presidente iraquiano, 180 km ao norte de Bagdá.
Segundo os oficiais da unidade de captura, Saddam Hussein mudou de aparência física e troca de esconderijo várias vezes ao dia.

O chefe do Exército dos Estados Unidos no Iraque, general Ricardo Sánchez, anunciou que as tropas mudarão de tática e realizarão operações menos agressivas à cultura e tradições iraquianas.

''Quando você prende um pai de família na frente de seus parentes, coloca um capuz em sua cabeça e o obriga a se jogar no chão. Isso tem um efeito negativo evidente sobre sua dignidade e o respeito que deve exercer sobre sua família'', reconheceu Sánchez em entrevista ao jornal ''New York Times'', na qual admitiu que a mudança de estratégia também tem relação com o aumento de ataques contra as tropas americanas.

Ontem, dois soldados americanos morreram e outro ficou ferido num ataque com armas leves no bairro Al-Rachid de Bagdá, informou hoje o Exército.

Além disso, outros dois militares morreram entre terça (5) e ontem. Um deles, em decorrência de uma doença e o outro caiu de um telhado no norte de Bagdá.

Hoje, um iraquiano morreu e três soldados americanos ficaram feridos durante um ataque contra um veículo militar em Bagdá, segundo fontes militares.

Pelo menos 55 soldados americanos morreram em ataques no Iraque depois do dia 1º de maio, data em que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou o fim dos combates no país.

Com agências internacionais

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