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11/08/2003 - 15h30

Entenda a crise entre as forças rebeldes e o governo da Libéria

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da France Presse, em Monróvia

Libéria, país submerso do final de 1989 ao início de 1997 em uma das mais terríveis guerras civis do continente africano, enfrentava desde 1999 uma rebelião contra o governo do presidente Charles Taylor, que decidiu deixar o poder no dia 11 de agosto, e foi substituído por seu vice-presidente, Moses Blah.

Veja os principais acontecimentos do conflito na Libéria desde 1989:

1989

- 24 de dezembro: Charles Taylor, então chefe de uma das facções armadas rebeldes, a Frente Nacional Patriótica da Libéria (FNPL), desencadeou uma revolta contra o governo do presidente Samuel Doe no nordeste. Em alguns meses, Taylor se apoderou de quase todo o país.

1990

- julho: Batalha de Monróvia, cujas vias de acesso foram cortadas. Em agosto, instala-se uma força africana, a Ecomog. Mais de 5.000 pessoas, a maioria de estrangeiros, foram retiradas do local.

- 10 de setembro: Os rebeldes de Príncipe Johnson, chefe da Frente Patriótica Nacional Independente da Libéria (FPNIL), assassinaram o presidente Doe.

- 10 de outubro: A Ecomog assume o controle da capital após desalojar a FNPL.

- 22 de novembro: Instalação de um governo interino.

1992

- 26 de agosto: Depois de combates com a FPNL, o Movimento Unido de Libertação para a Democracia (Muld) assumiu o controle de duas Províncias no nordeste da Monróvia.

- 20 de novembro: Embargo da ONU sobre a venda de armas.

1993

- janeiro a abril: A Ecomog voltou a assumir o controle do aeroporto de Robertsfield, perto de Monróvia, e do porto de Buchanan, em mãos da FPNL desde 1990.

1994

- março: Confrontos no seio do Muld.

1995

- 19 de agosto: Assinatura de um novo acordo de paz, o décimo-primeiro, que previa um cessar-fogo e novas instituições de transição.

1996

- 6 de abril: Início de combates em Monróvia desencadeados por combatentes Kranhs durante uma tentativa de detenção de um de seus chefes. Roosevelt Johnson. A capital foi devastada por sete semanas de saques e confrontos. Vinte mil pessoas fugiram dos combates, enquanto outras milhares viveram semanas de incerteza em alto mar. Cerca de 2.000 estrangeiros foram retirados.

- 17 e 18 de agosto: Adoção da Ecowas (Comunidade Econômica dos Países do Oeste da África) e de um novo calendário de paz.

1997

- 19 de julho: Charles Taylor ganhou amplamente a eleição presidencial. A votação marcou a concretização de um acordo de paz destinado a pôr fim ao conflito. A guerra, que opôs sete facções rivais, deixou um saldo de cerca de 250 mil mortos, mandou para o exílio milhares de liberianos e devastou o país.

1998

- 18 e 19 de setembro: Confrontos entre forças de segurança e partidários de Roosevelt Johnson em Monróvia, perto da embaixada americana: houve 50 mortos segundo o governo, mais de 200 segundo a oposição.

1999

- agosto e setembro: Combates entre tropas governamentais e ''forças dissidentes'' no norte. Monróvia afirmou que os homens armados chegaram da vizinha Guiné, que desmentiu esta acusação.

2001

- 25 de janeiro: A ONU acusou o presidente Taylor de alimentar o conflito em Serra Leoa, arrasada por outra guerra civil (1991-2002, entre 100 mil e 200 mil mortos), aproveitando o tráfico de armas e de diamantes com os rebeldes. A ONU impôs sanções contra a Libéria para que rompa seus vínculos com os rebeldes da Frente Revolucionária Unida (FRU) de Serra Leoa.

2002

- 8 de fevereiro: Declarou-se o estado de emergência, os rebeldes avançaram rumo à capital.

- 12 de maio: Gbarnga, segunda cidade do país, foi tomada pelos rebeldes da Liberianos Unidos para a Reconciliação e Democracia (Lurd) e depois voltou ao controle do governo.

- 12 de setembro: O presidente do Lurd, Seku Damate Conneh, disse que ''a única maneira de os liberianos recuperarem sua dignidade e a paz é expulsando Taylor''.

2003

- 4 de fevereiro: O Lurd se aproximou de Monróvia após tomar grandes cidades do noroeste.

- 6 de maio: A ONU renovou por um ano as sanções contra a Libéria por apoiar a FRU de Serra Leoa.

- 19 de maio: O Movimento para a Democracia na Libéria (Model), segundo grupo rebelde surgido em março, tomou os postos de Harper e Pleebo (sudeste).

- 4 de junho: O Tribunal Especial para os crimes de guerra em Serra Leoa denunciou Taylor.

- 5 de junho: O Lurd lançou uma ofensiva à Monróvia, antes de recuar: entre 300 e 400 mortos.

- 17 de junho: Acordo de cessar-fogo entre governo e rebeldes em Acra, o qual previa a criação de um governo de transição que excluísse Taylor.

- 24 a 27 de junho: Combates em Monróvia, os mais intensos desde 1999.

- 25 de julho: Estados Unidos ordenam a instalação de navios e recursos militares em frente a costa da Libéria para apoiar uma intervenção de uma força africana.

- 28 de julho: Continuam os combates entre rebeldes e forças do governo em Monróvia. Em duas semanas, a guerra deixou mais de mil mortos, em sua grande maioria civis. Os rebeldes do Model se apoderaram de Buchanan, segundo porto do país.

- 29 de julho: Os rebeldes liberianos do Lurd decretaram um cessar-fogo unilateral.

- 1 de agosto: A ONU adotou um projeto de resolução que organiza uma intervenção internacional. A resolução não mencionou um papel particular dos Estados Unidos e destacou a importância do papel da Ecowas.

- 2 de agosto: O presidente Taylor se comprometeu a deixar o poder a 11 de agosto, uma semana depois da chegada prevista dos primeiros elementos da força africana.

- 11 de agosto: Taylor deixa o poder, substituído por seu vice-presidente, Moses Blah.
 

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