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Futuro premiê japonês tranquiliza EUA por relações bilaterais
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da Folha Online
O futuro premiê japonês, Yukio Hatoyama, recebeu nesta quinta-feira o embaixador norte-americano em Tóquio, capital do Japão, na tentativa de reiterar sua aliança com Washington a despeito das promessas eleitorais de que adotaria uma política externa mais independente.
Hatoyama é o líder do Partido Democrático, cuja vitória na eleição da semana passada deve marcar o fim de meio século de hegemonia quase ininterrupta do conservador Partido Liberal Democrático. O partido tinha na aliança com Washington o elemento central da sua política de defesa.
A maioria dos analistas diz, porém, que Hatoyama não deve promover uma guinada radical depois de assumir a chefia de governo, no próximo dia 16. Em ligação telefônica a Obama, Hatoyama reafirmou que as relações com os Estados Unidos continuarão no centro da política externa do Japão, depois de sua primeira conversa com o presidente americano Barack Obama.
Hatoyama falou por telefone com Obama durante 12 minutos. "Eu disse a ele que queremos edificar relações construtivas e com o olhar voltado para o futuro", explicou.
O futuro premiê e o embaixador americano John Roos buscaram na quinta-feira salientar seus interesses comuns --o que incluiu reminiscências da época de faculdade.
"Conversamos sobre as relações muito profundas entre Estados Unidos e Japão", disse Roos depois do encontro, que começou com bate-papo informal sobre a Universidade Stanford, onde ambos estudaram, e o futebol americano. Hatoyama mostrou ao visitante um capacete de futebol americano com um "S" de Stanford.
"Passamos bastante tempo conversando sobre como reforçar e aprofundar ainda mais essa relação em uma ampla gama de questões, não só questões estratégicas, mas questões científicas, culturais (...), porque os dois países têm valores compartilhados e interesses compartilhados."
"Temos muito trabalho a fazer, mas vamos fazê-lo juntos", acrescentou Roos, advogado que fez importantes doações eleitorais à campanha do presidente Barack Obama e assumiu o cargo em Tóquio no mês passado.
Estranhamento mútuo
Hatoyama provocou estranhamento em Washington com um recente ensaio, publicado em inglês, no qual atacava o "fundamentalismo incontido do mercado", que seria uma marca da globalização liderada pelos EUA. Posteriormente, ele buscou minimizar esses comentários.
Mas autoridades dos EUA, inclusive o próprio Roos, também causaram estranhamento em Tóquio ao reiterar de modo incisivo a posição norte-americana de que a presença militar dos EUA no Japão é inegociável.
"Obama precisa passar um recado a todo o seu governo para morder a língua, ou do contrário eles irão provocar uma briga", disse o professor Gerry Curtis, da Universidade Columbia.
"A política interna do Partido Democrático do Japão e da sua coalizão não lhes permite simplesmente abandonar sua plataforma poucos dias depois da eleição. Mas lhes dê alguns poucos meses e haverá formas de lidar com essas questões."
Os democratas japoneses, que incluem ex-integrantes do Partido Liberal Democrático, ex-socialistas e conservadores mais jovens, tentam formar uma coalizão com dois pequenos partidos, inclusive os Social-Democratas, de esquerda, cujo apoio seria necessário no Senado.
Com agências internacionais
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