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08/09/2009 - 14h03

Sindicato paga multa e liberta jornalista presa por usar calças no Sudão

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da Folha Online

Uma sudanesa que foi presa por usar calças --comportamento tido como indecente na cultura muçulmana- foi libertada nesta terça-feira após o sindicato de jornalistas do Sudão pagar uma multa de US$ 200 em nome dela, informou o diretor do sindicato.

Lubna Hussein foi condenada nesta segunda-feira por indecência, em um caso que atraiu a condenação internacional. Ela foi sentenciada a pagar uma multa ou a passar um mês na cadeia, mas foi poupada da pena de 40 chicotadas.

Mohamed Nureldin Abdallh/Reuters
Lubna Ahmed al Hussein (foto) lutou contra a lei que poderia lhe render 40 chibatadas após ser vista usando calças
Lubna Ahmed al Hussein (foto) lutou contra a lei que poderia lhe render 40 chibatadas após ser vista usando calças

Presa numa festa em Cartum em julho passado, juntamente com 12 outras mulheres, Hussein tinha dito à Reuters depois da leitura do veredicto que se recusaria a pagar a multa --optando em lugar disso por cumprir a pena de prisão, para contestar a legitimidade da lei.

"Eles acabaram de me procurar na prisão, alguns minutos atrás, e me disseram para ir embora. Não faço ideia do porquê. Não estou contente. Eu disse a minha família e meus amigos para não pagarem a multa", disse ela à Reuters. "Mas fui libertada."

Ex-repórter, Hussein estava trabalhando para as Nações Unidas quando foi presa. Ela disse acreditar que houve pressões políticas para sua libertação e para pôr fim a um caso que ganhou destaque e passou a ser visto como teste das normas de decência vigentes no Sudão.

Os apoiadores de Hussein dizem que milhares de mulheres foram condenados por ofensas similares sob as regulações de decência do governo islâmico sudanês nos últimos anos e sentenciadas a chicotadas.

Hussein usou o mesmo par de calças verdes na corte, em um protesto contra a suposta indecência da peça de roupa.

Mohieddin Titawi, diretor do sindicato, afirmou que o grupo pagou a fiança porque tem a responsabilidade de "proteger as jornalistas quando elas estão na prisão". Muitos jornalistas dizem que o sindicato tem ligação com o governo.

Com Reuters

 

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