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23/08/2003 - 16h58

Imprensa desenterra passado nazista de pai de Schwarzenegger

da France Presse, em Viena

Desde que Arnold Schwarzenegger anunciou no começo de agosto sua candidatura a governador da Califórnia, a imprensa, principalmente a americana, passou a desenterrar o passado nazista de Gustav, o pai austríaco do candidato, que morreu em 1971, aos 64 anos.

A imprensa americana, e especialmente o jornal ''Los Angeles Times'', falou sobre a trajetória, no escalão mais baixo do Partido Nacional Socialista Alemão, desse soldado que depois da Segunda Guerra Mundial foi reabilitado.

O centro Simon Wiesenthal de Los Angeles (Estados Unidos) informou nesta semana que em 1990, Arnold Schwarzenegger pediu pessoalmente que fosse investigado o presumível passado nazista de seu pai.

Os arquivos do centro Wiesenthal indicam que depois de uma investigação, Gustav Schwarzenegger foi inocentado de qualquer crime de guerra, assim como outros ''membros das bases do partido nazista'', e que esta isenção lhe permitiu, em 1947, voltar a exercer seu trabalho de gendarme.

Segundo os arquivos públicos conservados em Viena e em Berlim, Gustav Schwarzenegger aderiu ao NSAPD em 1938, um ano antes de alistar-se no Exército alemão, durante a primavera de 1939.

Como membro da polícia militar, participou da invasão da Polônia e da França antes de ser enviado à frente russa e de participar, em setembro de 1941, da batalha de Stalingrado, uma das mais terríveis da Segunda Guerra Mundial. Ferido e com malária, Gustav Schwarzenegger saiu da ativa em fevereiro de 1944, três anos antes do nascimento de Arnold.

Era um nazista que ''aderiu ao NSAPD antes do Anschluss'', a anexação da Áustria ao terceiro Reich de Adolf Hitler, no dia 11 de março de 1938, informou o rabino Mervyn Hier, fundador do centro Wiesenthal de Los Angeles e amigo de Arnold Schwarzenegger.

O candidato a governador disse que nunca havia falado disso com seus pais em casa e que nada lhe haviam dito sobre o Holocausto quando estava na escola, na Áustria, acrescentou o rabino Hier.

Na Áustria, o passado dos Schwarzenegger não é tema de debate. Para Ursula Schwarz, historiadora do centro de documentação sobre a resistência austríaca em Viena, a trajetória de Gustav Schwarzenegger foi a de um homem comum de sua geração.

''No que diz respeito ao alistamento no Exército, não havia verdadeiramente uma opção; quase nenhum austríaco pôde escapar'', explicou Schwarz.

Segundo um líder da comunidade judaica austríaca, o fato de que Gustav tenha sido um nazista não significa que Arnold compartilhe as mesmas convicções. Para ele, Schwarzenegger tem muito boa aceitação na Califórnia nas questões referentes aos judeus.
 

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