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24/08/2003 - 18h26

Coalizão anglo-americana alerta para aumento do terrorismo no Iraque

da France Presse, em Bagdá

A coalizão anglo-americana alertou para a possibilidade de um aumento de atos terroristas no Iraque e deu continuidade à perseguição dos partidários do antigo regime, com a detenção hoje de um ex-general do Exército iraquiano, Sobhi Kamal Erzeyek.

Três pessoas morreram hoje em Najaf (175 km ao sul de Bagdá) num atentado contra o aiatolá Seyed Mohamad Said Tabatabahi Hakim, que ficou levemente ferido, anunciou em Teerã a Assembléia Suprema para a Revolução Islâmica no Iraque (Asrii).

Dois guarda-costas e o motorista do aiatolá morreram e dez pessoas ficaram feridas.

''O grande aiatolá está passando bem e foi levado para outra casa'', afirmou Abu Muntazer al Abudi, funcionário do escritório de Sayyed Abdel Aziz Hakim, representante da Assembléia Suprema da Revolução Islâmica no Iraque no Conselho do Governo transitório.

Um detonador ligado a um botijão de gás explodiu na parede de trás de seu escritório, assim que voltava ao local, depois da oração de meio-dia.

O aiatolá Mohammad Said Hakim --que teve um ferimento no pescoço-- é um dos quatro Marjaa (doutor em ciências religiosas) e pertence à Hawza (a mais importante autoridade religiosa xiita) junto com os aiatolás Ali Sistani, Mohammad Ishaq Al-Fayyad e Bachir Al-Najafi.

Guerra contra o terror

O presidente americano George W. Bush reafirmou ontem, em pronunciamento radiofônico, que ''o mundo não se deixará intimidar'' no Iraque ou em qualquer outra parte.

''O Iraque está se convertendo em campo de batalha contínuo na guerra contra o terrorismo. Daremos as boas-vindas a mais tropas estrangeiras e haverá mais tropas estrangeiras no Iraque'', assegurou Bush.

Já o administrador-chefe do Iraque, o americano Paul Bremer, referiu-se a três hipóteses sobre o atentado contra a sede da ONU na capital iraquiana, em que morreram 23 pessoas. Seriam, segundo ele, ''membros do antigo regime'', ''terroristas estrangeiros'' ou ''uma forma de cooperação entre os dois''.

Um funcionário americano de alto escalão afirmou ao jornal ''Washington Post'' que a única forma de combater o terrorismo passa pelos serviços de informação, e que isso depende da participação dos iraquianos. Ele se referiu à possibilidade de os EUA recrutarem os próprios agentes iraquianos do presidente Saddam Hussein para que participem das operações contra os que atacam as forças da coalizão.

Prisão

O Exército americano prendeu nesta manhã um ex-general do Exército iraquiano, Sobhi Kamal Erzeyek, em Hit, cidade que fica a cerca de 175 km de Bagdá, revelou seu sobrinho.

''Meu tio, que também era responsável pelo Exército de Jerusalém em Najaf (sul), foi preso às 5h [22h de sábado no Brasil] na casa de um amigo em Hit, depois de ter deixado a própria casa para evitar as buscas de soldados americanos'', afirmou Hossam Khaled, 23.

''O Exército de Jerusalém foi criado pelo ex-presidente iraquiano Saddam Hussein depois da segunda Intifada palestina na Cisjordânia e na faixa de Gaza'', lembrou.

A polícia iraquiana também anunciou ontem a detenção de dez pessoas na capital, entre elas dois ex-agentes dos serviços secretos do regime de Saddam Hussein.

A prorrogação das operações no Iraque prejudica seriamente a popularidade dos dirigentes americanos e britânicos, segundo pesquisas divulgadas ontem.

Uma enquete da revista americana ''Newsweek'' mostra que 69% dos americanos estão convencidos de que seu país começa a ter problemas no Iraque, sem conseguir solucionar a situação iraquiana; 40% dos entrevistados estão ''muito preocupados'' com a perspectiva de que as tropas americanas permaneçam longo tempo no Iraque.

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