Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/08/2003 - 04h10

Crime violento cai pela metade nos EUA

Publicidade

FERNANDO CANZIAN
da Folha de S.Paulo, de Washington

Os crimes violentos e contra a propriedade atingiram no ano passado o nível mais baixo nos EUA desde 1973 e caíram pela metade desde 1993 --um dos anos considerados mais violentos, segundo estatísticas do Departamento da Justiça norte-americano.

A taxa de crimes violentos contra pessoas na faixa etária de 12 anos ou mais vivendo nos EUA teve uma redução de 54% nos últimos dez anos.

Caiu de 49,1 vítimas por 1.000 habitantes em 1993 para 22,8 por 1.000 no ano passado.

Do total de pessoas que sofreram algum tipo de violência em 2002, cerca de 7% foram ameaçadas com armas de fogo.

Assassinatos

As estatísticas do Departamento da Justiça, iniciadas em 1973, não incluem os assassinatos, que são calculados pelo FBI (a polícia federal americana).

Segundo dados preliminares divulgados em junho passado, houve um crescimento de 0,8 ponto percentual nos assassinatos no ano passado em comparação a 2001.

No caso de crimes contra a propriedade, como roubo em casas ou de carros, a queda também é significativa: de 319 por 1.000 habitantes em 1993 contra 159 por 1.000 no ano passado.

Fatores da melhora

Especialistas afirmam que uma série de fatores, como melhora na renda e crescimento econômico contínuo, contribuíram para a redução da criminalidade.

Mas apontam para a repressão, para um sistema de leis mais duras e para um nível de encarceramento sem precedentes nos Estados Unidos como os principais motivos para a queda no número de crimes.

Na semana passada, outro estudo do Departamento da Justiça, que levou em conta as estatísticas até 2001, revelou que 1 em cada 37 americanos adultos já foi condenado e passou algum tempo detido em uma prisão estadual ou federal.

No ano passado, a população carcerária americana bateu um novo recorde, chegando a 2,1 milhões de pessoas.

Leis em vários Estados americanos, como a chamada "three strikes you are out" (três infrações e você está "fora", ou seja, pode ser condenado à prisão perpétua), também têm sido um forte fator de contenção de crimes nos Estados Unidos.

"Retórica oficial"

Segundo o Justice Policy Institute, a premissa de que um maior encarceramento vem desestimulando o crime --ou por ameaça ou por manter criminosos por mais tempo atrás das grades-- não é válida em algumas regiões.

No sul do país, por exemplo, em vários Estados tanto a taxa de assassinatos quanto o número de prisões vêm aumentando.

"É preciso separar a retórica oficial sobre a criminalidade da política de correção americana'', diz Vincent Schiraldi, diretor do instituto, que defende penas alternativas para vários tipos de crime hoje punidos com prisão.

Assim como são maioria relativa nas prisões, os homens negros e jovens formam o grupo mais suscetível de serem vítimas de crimes violentos nos EUA.

O mesmo ocorre com as pessoas mais pobres, com renda de até US$ 7.500 ao ano (cerca de R$ 22,5 mil).

Mesmo no caso de roubos a residências, o grupo nessa faixa de renda registrou no ano passado 52 casos por 1.000, contra 32 por 1.000 para pessoas com nível de renda anual entre US$ 7.500 e US$ 15 mil (R$ 45 mil).
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página