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29/08/2003
-
21h02
da France Presse, em Buenos Aires
Pelo menos 30 mil membros de famílias de líderes e integrantes do partido nazista da Croácia entraram na Argentina depois da derrota de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial, segundo documentos aos quais a agência France Presse teve acesso.
A abertura dos arquivos nazistas na Argentina, ordenada pelo presidente, Néstor Kirchner, em junho, permite nomear as pessoas que financiaram e protegeram no país os criminosos nazistas, como Josef Mengele, Erich Priebke, Adolf Eichman ou Klaus Barbie.
Os documentos analisados dizem respeito à primeira presidência de Perón (1945/52).
Atualmente o "ustasha" (nazista croata) Ivo Rojnica, que foi para a Argentina em 1947 e chegou a ser embaixador do país na Croácia durante o governo de Carlos Menem (1989-99), está na mira do Centro Simón Wiesenthal, que encaminhou um pedido de extradição a Kirchner.
Rojnica, que vive atualmente na periferia sul de Buenos Aires, foi comandante de Dubrovnic durante a Segunda Guerra Mundial (1939/45) e atuou na Gestapo, a polícia política de Adolf Hitler.
Ronjica
Segundo o livro do jornalista Uki Goñi "A Autêntica Odessa", Rojnica tornou-se rico, saqueando objetos de valor às vítimas dos "ustasha" guardados "num enorme armazém".
Depois da guerra fugiu para Trieste (Itália), onde se escondeu sob o nome de Iván Rajcinovic, mas isso não evitou sua detenção pelas autoridades britânicas, depois que ele foi reconhecido pela viúva judia de uma vítima.
As novas autoridades da Iugoslávia enviaram, então, a Londres, um detalhado relatório com os crimes de Rojnica, mas foi muito tarde, porque, assim que chegaram os informes, o "ustasha" já havia fugido.
Com a ajuda do Vaticano e do governo argentino, Rojnica chegou a Buenos Aires no dia 2 de abril de 1947. Durante o governo peronista obteve a nacionalidade argentina com o nome de Rajcinovic e se tornou um magnata da indústria têxtil.
Uma visita que fez à Nova Zelândia em 1977 quase se tornou um desastre, já que a Iugoslávia pediu a captura dele, mas ele invocou, na ocasião, a cidadania argentina, para se livrar.
Em 1991, depois da queda do regime comunista na Iugoslávia, Menem aceitou sua nomeação como embaixador na nova Croácia independente, atendendo a oferecimento do presidente Franjo Tudjman. Mas, no ano seguinte, o Centro Wiesenthal solicitou sua detenção.
Cercado por todos os lados, Rojnic seguiu na representação diplomática. Uma renovada solicitação de detenção do Centro Wiesenthal em 1998 foi ignorada tanto pela Argentina como pela Croácia. Na Argentina, diversas notícias publicadas pela imprensa sugeriram que as contribuições do rico "ustasha" à campanha de Menem explicavam sua imunidade.
Governo Perón ajudou nazistas croatas, dizem documentos
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Pelo menos 30 mil membros de famílias de líderes e integrantes do partido nazista da Croácia entraram na Argentina depois da derrota de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial, segundo documentos aos quais a agência France Presse teve acesso.
A abertura dos arquivos nazistas na Argentina, ordenada pelo presidente, Néstor Kirchner, em junho, permite nomear as pessoas que financiaram e protegeram no país os criminosos nazistas, como Josef Mengele, Erich Priebke, Adolf Eichman ou Klaus Barbie.
Os documentos analisados dizem respeito à primeira presidência de Perón (1945/52).
Atualmente o "ustasha" (nazista croata) Ivo Rojnica, que foi para a Argentina em 1947 e chegou a ser embaixador do país na Croácia durante o governo de Carlos Menem (1989-99), está na mira do Centro Simón Wiesenthal, que encaminhou um pedido de extradição a Kirchner.
Rojnica, que vive atualmente na periferia sul de Buenos Aires, foi comandante de Dubrovnic durante a Segunda Guerra Mundial (1939/45) e atuou na Gestapo, a polícia política de Adolf Hitler.
Ronjica
Segundo o livro do jornalista Uki Goñi "A Autêntica Odessa", Rojnica tornou-se rico, saqueando objetos de valor às vítimas dos "ustasha" guardados "num enorme armazém".
Depois da guerra fugiu para Trieste (Itália), onde se escondeu sob o nome de Iván Rajcinovic, mas isso não evitou sua detenção pelas autoridades britânicas, depois que ele foi reconhecido pela viúva judia de uma vítima.
As novas autoridades da Iugoslávia enviaram, então, a Londres, um detalhado relatório com os crimes de Rojnica, mas foi muito tarde, porque, assim que chegaram os informes, o "ustasha" já havia fugido.
Com a ajuda do Vaticano e do governo argentino, Rojnica chegou a Buenos Aires no dia 2 de abril de 1947. Durante o governo peronista obteve a nacionalidade argentina com o nome de Rajcinovic e se tornou um magnata da indústria têxtil.
Uma visita que fez à Nova Zelândia em 1977 quase se tornou um desastre, já que a Iugoslávia pediu a captura dele, mas ele invocou, na ocasião, a cidadania argentina, para se livrar.
Em 1991, depois da queda do regime comunista na Iugoslávia, Menem aceitou sua nomeação como embaixador na nova Croácia independente, atendendo a oferecimento do presidente Franjo Tudjman. Mas, no ano seguinte, o Centro Wiesenthal solicitou sua detenção.
Cercado por todos os lados, Rojnic seguiu na representação diplomática. Uma renovada solicitação de detenção do Centro Wiesenthal em 1998 foi ignorada tanto pela Argentina como pela Croácia. Na Argentina, diversas notícias publicadas pela imprensa sugeriram que as contribuições do rico "ustasha" à campanha de Menem explicavam sua imunidade.
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