02/09/2003 - 12h40

Maioria dos nova-iorquinos teme novo ataque terrorista

da France Presse, em Nova York

Dois anos depois dos ataques de 11 de setembro contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, 86% dos nova-iorquinos --cada vez mais decepcionados com o presidente George W. Bush-- não ficariam surpresos se fosse cometido outro atentado, segundo uma pesquisa publicada hoje.

A pesquisa, realizada para o "Daily News" pela Blum and Weprin Associates, também registra um crescente descontentamento com a liderança de Bush na guerra contra o terrorismo.

Dos entrevistados, 25% dos 509 adultos consultados na pesquisa admitiram que acreditam que outro ataque na cidade é muito provável, enquanto 61% disseram que a ameaça diminuiu, mas que um atentado ainda é possível.

No caso de um novo ataque terrorista, 33% dos nova-iorquinos acham que as prováveis armas serão carros-bomba ou suicidas com explosivos relativamente pequenos.

Falta de confiança

"Os nova-iorquinos parecem mais pragmaticamente resignados às contínuas repercussões do 11 de Setembro e têm menos confiança na capacidade de seus líderes para melhorar a situação", disse a pesquisadora Julie Weprin.

Reuters

Torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, destruídas durante o atentado de 11 de setembro

"Não é que se perceba um sentimento de pânico, é principalmente que o medo foi incorporado a nossas vidas", acrescentou.

Entre os habitantes de Nova York que responderam à pesquisa, 56% se declaram decepcionados com a maneira como Bush dirige a guerra contra o terrorismo, contra 42% de um ano atrás, enquanto o nível de aprovação da estratégia antiterrorista baixou de 50% para 34%.

A invasão do Iraque é desaprovada por 50%, enquanto 41% se pronunciaram a favor. "Sentem [os entrevistados] o impacto econômico em casa e temem que os erros da política externa do presidente aumentem inclusive os riscos de terrorismo em Nova York", afirmou Weprin.

Dos consultados, 64% disseram que votarão em um candidato democrata nas eleições presidenciais do próximo ano, contra 20% que têm a intenção de apoiar Bush, enquanto 16% não decidiram em quem votar.

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