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05/09/2003
-
07h22
da France Presse, em Paris
Dois anos após os atentados de 11 de setembro contra os EUA, tudo parece separar a França, baluarte do direito internacional durante a crise iraquiana, e os Estados Unidos.
O conflito no Iraque revelou, como raramente acontece na história das relações caóticas entre os dois países, duas visões opostas do mundo, que afastaram ainda mais franceses e americanos.
A crise iraquiana parece ter apagado da lembrança dos americanos que o presidente francês, Jacques Chirac, foi o primeiro estadista a visitar Nova York após os atentados contra as torres do World Trade Center, um gesto de solidariedade apreciado de forma unânime pelo povo americano. O jornal parisiense "Le Monde" informou: "Todos somos americanos".
Depois veio a crise iraquiana, que deu origem a uma fase de "histeria coletiva" nas relações franco-americanas, como disse um diplomata francês. Turistas franceses insultados, garrafas de vinho Bordeaux derramadas e outros gestos de hostilidade contra a França marcaram o momento mais intenso da crise, em fevereiro e março passados.
A Embaixada da França em Washington recebeu milhões de e-mails insultando o governo francês e a "francofobia" tomou conta dos Estados Unidos.
A França denunciou oficialmente, em maio passado, uma campanha de desinformação contra os franceses, em carta enviada pelo embaixador em Washington às autoridades americanas. As coisas finalmente se acalmaram, mas as feridas ainda estão abertas, apesar da vontade dos dois países de "seguir adiante".
Os presidentes americano e francês mostraram otimismo em seu primeiro encontro após a invasão do Iraque, durante a cúpula de Evian, nos Alpes franceses, em junho, e desde então tem havido distensão. Washington e Paris citam como exemplo desta nova fase sua excelente colaboração na luta contra o terrorismo.
Paris se esforça para convencer Washington a compartilhar as responsabilidades no Iraque, com um maior papel das Nações Unidas, mas este multilateralismo à francesa choca com a desconfiança de parte das autoridades americanas.
"A administração (da ONU) do Iraque é má idéia", disse na quinta-feira passada Richard Perle, mentor dos novos conservadores americanos no poder em Washington.
"Nossa concepção do papel das Nações Unidas nem sempre é a mesma", destacou no mesmo dia o ministro francês das Relações Exteriores, Dominique de Villepin.
A onda de "francofobia" nos Estados Unidos e o antiamericanismo de parte da classe política francesa não afetaram realmente as relações econômicas e a amizade entre os dois povos, estimou recentemente um diplomata francês.
As imagens transmitidas pelas TVs americanas do Tour da França mostraram milhares de franceses aclamando o ciclista americano Lance Armstrong, que venceu a prova pela quinta vez consecutiva, e certamente tocaram nos corações do povo americano, ainda ressabiado com os "franchutes", estimou o diplomata.
Dois anos após o 11/9, EUA e França se mantêm separados
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Dois anos após os atentados de 11 de setembro contra os EUA, tudo parece separar a França, baluarte do direito internacional durante a crise iraquiana, e os Estados Unidos.
O conflito no Iraque revelou, como raramente acontece na história das relações caóticas entre os dois países, duas visões opostas do mundo, que afastaram ainda mais franceses e americanos.
A crise iraquiana parece ter apagado da lembrança dos americanos que o presidente francês, Jacques Chirac, foi o primeiro estadista a visitar Nova York após os atentados contra as torres do World Trade Center, um gesto de solidariedade apreciado de forma unânime pelo povo americano. O jornal parisiense "Le Monde" informou: "Todos somos americanos".
Depois veio a crise iraquiana, que deu origem a uma fase de "histeria coletiva" nas relações franco-americanas, como disse um diplomata francês. Turistas franceses insultados, garrafas de vinho Bordeaux derramadas e outros gestos de hostilidade contra a França marcaram o momento mais intenso da crise, em fevereiro e março passados.
A Embaixada da França em Washington recebeu milhões de e-mails insultando o governo francês e a "francofobia" tomou conta dos Estados Unidos.
A França denunciou oficialmente, em maio passado, uma campanha de desinformação contra os franceses, em carta enviada pelo embaixador em Washington às autoridades americanas. As coisas finalmente se acalmaram, mas as feridas ainda estão abertas, apesar da vontade dos dois países de "seguir adiante".
Os presidentes americano e francês mostraram otimismo em seu primeiro encontro após a invasão do Iraque, durante a cúpula de Evian, nos Alpes franceses, em junho, e desde então tem havido distensão. Washington e Paris citam como exemplo desta nova fase sua excelente colaboração na luta contra o terrorismo.
Paris se esforça para convencer Washington a compartilhar as responsabilidades no Iraque, com um maior papel das Nações Unidas, mas este multilateralismo à francesa choca com a desconfiança de parte das autoridades americanas.
"A administração (da ONU) do Iraque é má idéia", disse na quinta-feira passada Richard Perle, mentor dos novos conservadores americanos no poder em Washington.
"Nossa concepção do papel das Nações Unidas nem sempre é a mesma", destacou no mesmo dia o ministro francês das Relações Exteriores, Dominique de Villepin.
A onda de "francofobia" nos Estados Unidos e o antiamericanismo de parte da classe política francesa não afetaram realmente as relações econômicas e a amizade entre os dois povos, estimou recentemente um diplomata francês.
As imagens transmitidas pelas TVs americanas do Tour da França mostraram milhares de franceses aclamando o ciclista americano Lance Armstrong, que venceu a prova pela quinta vez consecutiva, e certamente tocaram nos corações do povo americano, ainda ressabiado com os "franchutes", estimou o diplomata.
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