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05/09/2003 - 20h38

Termina reunião na ONU sobre projeto dos EUA para o Iraque

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da Folha Online

Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) tentaram acertar hoje suas posições na primeira reunião a portas fechadas sobre o projeto de resolução apresentado pelos EUA para a reconstrução do Iraque, que propõe o envio de uma força multinacional sob o comando norte-americano.

O embaixador do Reino Unido na ONU, Emyr Jones Parry, declarou após a reunião que os representantes dos países que participam do Conselho de Segurança tiveram "uma boa e informal troca de pontos de vista" sobre o projeto de resolução americano sobre o Iraque, que começou a ser analisado hoje.

O embaixador britânico, que exerce a presidência do Conselho no mês de setembro, acrescentou que "numa outra etapa a resolução será apresentada formalmente. Parry comentou que havia pedido a seus colegas que não informassem a imprensa sobre as posições apresentadas durante o debate.

"A intenção", disse, "é incluir todo o mundo na discussão para aumentar as possibilidades de um amplo acordo". O embaixador britânico afirmou que a sessão, que começou com uma apresentação das medidas de segurança em vigor para o pessoal das Nações Unidas no Iraque, feita pelo secretário-geral adjunto encarregado do departamento de Assuntos Políticos, Kieran Prendergast, tinha sido "satisfatória".

Segundo ele, Prendergast "expôs as preocupações do secretário-geral [Kofi Annan] com a segurança do pessoal [da ONU]".

Posições

A Itália e a Espanha respaldam a proposta dos EUA. O Reino Unido previsivelmente também apóia o projeto. A França, a Alemanha e a Rússia se manifestaram contrários à iniciativa norte-americana.

Tanto o presidente francês, Jacques Chirac, como o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, dizem que a ONU deve desempenhar uma papel mais importante para realizar a transferência da responsabilidade política a um governo iraquiano o mais rápido possível.

Fazendo coro às declarações de Alemanha e França, a Rússia disse hoje que se opõe à proposta dos EUA sobre o Iraque e afirmou que o texto precisa ser revisado e reformulado. "[O texto] Deve ser elaborado de maneira séria", disse o ministro russo das Relações Exteriores, Igor Ivanov.

De acordo com Ivanov, a parte do texto dos EUA que propõe que a ONU aprove a criação de forças de segurança para serem enviadas ao Iraque deve ser reformulada "para que seus objetivos sejam cumpridos de maneira completa". De forma geral, os três países (Alemanha, França e Rússia) discordam que o controle permaneça sob o comando dos EUA, como diz a proposta americana.

Flexibilidade

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, mostrou hoje certa flexibilidade na hora de discutir com outros países do Conselho de Segurança da ONU o projeto de resolução, mas reconheceu que há certos pontos que não são negociáveis.

Powell admitiu que alguns países do Conselho de Segurança têm manifestado seu desejo de que o processo de reconstrução e democratização seja 'mais rápido', em referência a um maior papel da ONU acompanhado de uma rápida retirada dos EUA.

Rússia, França e Alemanha foram os países que mais criticaram a invasão, sem mandato da ONU, liderada pelos EUA contra o Iraque.

Enfrentando baixas quase diárias no Iraque, Washington preparou um esboço de uma nova resolução da ONU com a intenção de ter mais países contribuindo com tropas e dinheiro na ocupação do país, mas insiste em manter total controle militar e papel político dominante.

A proposta de nova resolução da ONU marcou um mudança na política da administração do presidente dos EUA, George W. Bush, que havia resistido ao envolvimento da ONU depois que o país não conseguiu que o Conselho de Segurança aprovasse a guerra liderada pelos EUA contra o Iraque. França, Rússia, China e Alemanha, entre outros países do Conselho de Segurança, se opuseram à guerra.

Com agências internacionais

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