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15/08/2000 - 08h26

Mau tempo dificulta resgate do submarino russo

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da CNN
em Moscou (Rússia)

Altas ondas e fortes ventos estão dificultando os trabalhos de resgate da tripulação do submarino nuclear russo que encalhou no fundo do Mar de Barents, Costa Noroeste da Rússia, durante exercícios militares feitos ontem.

As autoridades estão utilizando um grande aparelho de submersão para tentar se aproximar do submarino de 14 mil toneladas e salvar os 116 marinheiros a bordo. Mas, as péssimas condições de tempo estão dificultando as manobras.

Mais cedo, segundo o correspondente da CNN em Moscou, Steve Harrigan, a Marinha teria revelado que as chances de resgatar os tripulantes com vida eram pequenas.

"Apesar dos esforços a probabilidade de um final favorável para a situação do Kursk não é muito alta", disse o almirante Vladimir Kuroyedov à agência de notícias russa "Itar-Tass".

A Rússia tem apenas 48 horas para resgatar a tripulação do submarino, de acordo com um especialista britânico entrevistado pela agência de notícias "France Press".

"Se eles não forem salvos dentro das próximas 48 horas, não acredito em sobrevivência', disse Paul Beaver, porta-voz do grupo de informação militar Jane.

Por sua vez, um porta-voz do comando a Marinha russa informou que as transmissões por rádio foram interrompidas, acrescentando que havia apenas "contato acústico", o que indicava a existência de vida dentro do submarino.

A "Itar-Tass" disse que foram "detectados golpes contra o casco do submarino vindos do interior da embarcação".

Harrigan acrescentou que a Marinha russa declarou ter evidências de que o submarino sofreu uma colisão.

Inicialmente, o chefe do serviço de comunicações da Marinha russa, Igor Dygalo, descartou a possibilidade de perigo imediato para a tripulação.

O submarino modelo Oscar não transportava armas nucleares e nem qualquer vazamento de material radiativo foi relatado depois do acidente, informaram as autoridades russas.

Apesar de a Marinha russa não ter divulgado o local exato do acidente, há informações de que o submarino estaria na parte mais funda o mar de Barents, que tem 150 metros de profundidade.

A essa profundidade, a forte pressão da água dificulta o trabalho de resgate.

Prazo apertado
De acordo com os militares russos, o compartimento de torpedos do submarino foi inundado depois que a tripulação fez um disparo.

Normalmente, um submarino pode ficar submerso por cerca de cem dias, mas, de acordo com o porta-voz do grupo de informação militar, Paul Beaver, as equipes de resgate russas terão menos tempo para salvar a tripulação do submarino.

Beaver acrescentou que com o compartimento de torpedos inundado, a tripulação não poderá adotar o procedimento padrão de salvamento, ou seja, sair do submarino por esse local.

Nesse caso, teriam que ser enviadas cápsulas para resgatar os tripulantes da embarcação.

O submarino Kursk foi construído em 1994 e começou a operar no ano seguinte, sendo uma das embarcações mais novas da Marinha russa. O submarino pode transportar até 24 mísseis balísticos com ogivas nucleares.

Antecedentes preocupantes
Na década passada, os submarinos nucleares russos se envolveram em uma série de acidentes.

O maior deles aconteceu em abril de 1989, quando o Komsomolets foi destruído por um incêndio, matando 42 dos 69 tripulantes a bordo.

De acordo com o jornal russo "Izvestia", em 40 anos, os submarinos nucleares russos já vitimaram 507 tripulantes.

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  • Resgate de submarino russo tem poucas chances de êxito, diz almirante
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