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11/09/2003 - 04h12

Bush pretende ampliar medidas contra o terror

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FERNANDO CANZIAN
da Folha de S.Paulo, em Washington

Em discurso na véspera do aniversário de dois anos do 11 de Setembro, o presidente norte-americano, George W. Bush, defendeu ontem a adoção da pena de morte para crimes relacionados ao terrorismo.

Bush quer também que pessoas detidas para averiguações ligadas ao terror não possam deixar a prisão pagando fiança e que as autoridades policiais nos EUA não precisem de autorizações judiciais para tocar investigações relacionadas ao terrorismo.

As propostas de Bush, que discursou ontem dirigindo-se a funcionários do FBI (a polícia federal americana), ampliariam ainda mais o poder das autoridades de combate ao terror nos EUA.

Nas últimas semanas, várias entidades de proteção aos direitos civis e congressistas republicanos e democratas vêm criticando a extensão do poder dado ao governo Bush desde os atentados de 11 de Setembro.

Pesquisa divulgada ontem pela agência Associated Press mostrou que dois terços dos americanos temem ter suas liberdades individuais comprometidas.

Bush fez uma ampla defesa do Patriot Act, conjunto de medidas aprovado por maioria absoluta no Congresso no dia seguinte aos atentados e considerado um marco na violação dos direitos civis norte-americanos.

A partir do Patriot Act, milhares de telefones passaram a ser grampeados e foram abertos às autoridades registros, bancos de dados e informações financeiras de milhões de cidadãos.

Bush argumentou ontem que vários crimes, como casos de assassinatos, por exemplo, já são passíveis de punição com a pena de morte. "Tecnicalidades não deveriam proteger terroristas", disse Bush, ex-governador do Texas, um dos Estados recordistas em execuções nos EUA.

Fazendo um balanço das medidas adotadas pelas autoridades responsáveis pela segurança interna, Bush disse que 260 pessoas suspeitas de atividades terroristas foram presas nos dois últimos anos e 140 foram condenadas.

"Milhares de policiais armados viajam diariamente em aviões que tiveram as suas cabines blindadas", disse Bush. "Queremos agora adotar medidas extraordinárias para proteger nosso país daqueles que odeiam o que mais amamos, a liberdade."

Bush disse ainda que os EUA pretende criar uma série de mecanismos e vacinas para prevenir o país contra ataques com armas biológicas.
A estratégia de Bush, sob ataque diário de pré-candidatos democratas por causa da atuação militar no Iraque, tem sido capitalizar as conquistas obtidas na guerra contra o terror e dizer aos americanos --como fez ontem-- que o país "está mais seguro, mas ainda corre perigo".

"Há dois anos nosso país tem estado na ofensiva contra o terrorismo global. Adotamos medidas sem precedentes nessa área e jamais seremos complacentes, mas nossa nação ainda tem muito trabalho pela frente", disse.

Apesar da retórica da segurança, várias áreas relacionadas ao tema nos EUA vêm sofrendo críticas devido à desarticulação de atividades e falta de verbas.

O Departamento de Segurança Interna, que unificou 22 diferentes agências há seis meses, por exemplo, ainda não conseguiu reorganizar todas as suas atividades e está, neste momento, com dois de seus principais coordenadores demissionários.

O FBI também é criticado por estar deixando em segundo plano investigações relacionadas a crimes financeiros e tráfico de entorpecentes para dedicar-se ao combate ao terror.
 

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