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12/09/2003
-
06h22
CHICO DE GOIS
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Santiago
Impedidos de participar da cerimônia oficial que aconteceu no palácio de La Moneda com a presença de mil convidados, militantes de partidos de esquerda e familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura (1973-90) fizeram ontem pela manhã uma demonstração de devoção ao presidente Salvador Allende.
Muitos mantinham na lapela broches com o rosto do socialista, que se matou durante o bombardeio ao La Moneda. Outros trouxeram flores, que depois foram depositadas aos pés de uma estátua de Allende.
O clima de louvação a Allende ficava explícito na conversa com os manifestantes. O cabeleireiro Jorge Rojas, 46, era um estudante em 1973 quando ocorreu o golpe. Não foi preso nem torturado nem perdeu parentes. "O problema é que todos ficamos prisioneiros."
Ao seu lado, com um broche na lapela unindo as bandeiras da Itália e do Chile, Giordano Vecchietti, 49, assentia com a cabeça. Ele mora em Ancona, na Itália, é casado com uma chilena e milita no Partido Democrático de Esquerda. "Fico tão emocionado toda vez que escuto as últimas palavras de Allende que chego a chorar."
Enquanto falava, Vecchietti parava para dizer palavras de ordem. "Companheiro Allende", gritava alguém. "Presente", respondia o coro. "Para sempre", continuava.
Rojas e Vecchietti vêem no presidente Luiz Inácio Lula da Silva o sucessor de Allende. "O Lula significa esperança para o Brasil, como o foi Allende para o Chile." Para Rojas, "Lula tem um projeto social para esta época".
O assessor especial para assuntos internacionais de Lula, Marco Aurélio Garcia, que ontem à tarde depositou flores no túmulo de Allende, discorda.
Para ele, "são dois períodos distintos, e a semelhança reside apenas no fato de que os dois são líderes populares, que abraçaram um ideal de esquerda e foram eleitos por uma coalizão de forças populares". Porém Garcia aponta que os tempos são outros e, nesse sentido, "Allende pagou um preço muito caro pelo contexto da época da Guerra Fria".
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À esquerda, Allende se torna alvo de devoção
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Enviado especial da Folha de S.Paulo a Santiago
Impedidos de participar da cerimônia oficial que aconteceu no palácio de La Moneda com a presença de mil convidados, militantes de partidos de esquerda e familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura (1973-90) fizeram ontem pela manhã uma demonstração de devoção ao presidente Salvador Allende.
Muitos mantinham na lapela broches com o rosto do socialista, que se matou durante o bombardeio ao La Moneda. Outros trouxeram flores, que depois foram depositadas aos pés de uma estátua de Allende.
O clima de louvação a Allende ficava explícito na conversa com os manifestantes. O cabeleireiro Jorge Rojas, 46, era um estudante em 1973 quando ocorreu o golpe. Não foi preso nem torturado nem perdeu parentes. "O problema é que todos ficamos prisioneiros."
Ao seu lado, com um broche na lapela unindo as bandeiras da Itália e do Chile, Giordano Vecchietti, 49, assentia com a cabeça. Ele mora em Ancona, na Itália, é casado com uma chilena e milita no Partido Democrático de Esquerda. "Fico tão emocionado toda vez que escuto as últimas palavras de Allende que chego a chorar."
Enquanto falava, Vecchietti parava para dizer palavras de ordem. "Companheiro Allende", gritava alguém. "Presente", respondia o coro. "Para sempre", continuava.
Rojas e Vecchietti vêem no presidente Luiz Inácio Lula da Silva o sucessor de Allende. "O Lula significa esperança para o Brasil, como o foi Allende para o Chile." Para Rojas, "Lula tem um projeto social para esta época".
O assessor especial para assuntos internacionais de Lula, Marco Aurélio Garcia, que ontem à tarde depositou flores no túmulo de Allende, discorda.
Para ele, "são dois períodos distintos, e a semelhança reside apenas no fato de que os dois são líderes populares, que abraçaram um ideal de esquerda e foram eleitos por uma coalizão de forças populares". Porém Garcia aponta que os tempos são outros e, nesse sentido, "Allende pagou um preço muito caro pelo contexto da época da Guerra Fria".
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