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14/09/2003 - 22h57

Análise: Ibarra vence e soma forças para Kirchner na centro-esquerda da Argentina

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da France Presse, em Buenos Aires

O centro-esquerdista Aníbal Ibarra venceu as eleições deste domingo e se reelegeu como prefeito da capital argentina, somando forças para o presidente Néstor Kirchner.

Ibarra, um ex-promotor que chegou à política com ex-vice-presidente Carlos "Chacho" Alvarez, reuniu os votos dispersos que obteve no primeiro turno, realizado a 24 de agosto, e rompeu a ajustada paridade apontada pelas pesquisas.

Em sua campanha, baseou seu discurso nas diferenças ideológicas com Macri, a quem também atacou com as denúncias de supostos fatos de corrupção que envolvem o grupo empresarial da família de seu adversário, uma das mais ricas do país.

"Ganhamos por uma diferença muito maior do que prevíamos. Deixamos para trás um processo eleitoral que gerou uma forte discussão, não pela postura dos candidatos, mas porque significa que na sociedade há uma discussão sobre dois modelos de cidade e de país, e venceu o modelo de uma cidade solidária que olha para o futuro", disse o vencedor.

O presidente Kirchner apoiou Ibarra como parte de uma batalha que lidera para debilitar os preceitos do neoliberalismo que se impôs com força nos anos 90 durante o governo de Carlos Menem e simbolizado agora por Macri.

Educado e aberto, o atual prefeito portenho explorou a boa gestão em áreas como a cultura e a educação pública e se vangloriou de continuar obras apesar da crise que assolou o país em 2002.

Dirigente da Frente Grande portenha, é o único seguidor do ex-vice-presidente Alvarez que sobreviveu em um cargo estratégico, após a crise de dezembro de 2001 que derrubou do governo o radical Fernando de la Rúa.

As rugas acumuladas em quatro anos de difícil gestão não prejudicam sua imagem de galã de 45 anos, advogado divorciado e pai de dois filhos, que tem uma sólida relação com o presidente cubano Fidel Castro.

Filho de um paraguaio expulso pela ditadura de Alfredo Stroessner, aos 15 anos Ibarra se envolveu em política nos turbulentos anos 70, e militou na Federaçãon Juvenil Comunista, tempo em que memorizava discursos do ex-presidente chileno Salvador Allende e poemas de Pablo Neruda.

Em 1985 foi o segundo promotor adjunto no histórico julgamento das Juntas militares da última ditadura (1976-83) e como promotor federal investigou casos de corrupção com os quais começou a ficar famoso.

Foi deputado portenho por nove anos e constituinte na reforma constitucional de 1994.
 

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