Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/09/2003 - 08h42

Ataque anti-EUA mata soldado americano no Iraque

Publicidade

da France Presse
da Folha Online

Um soldado americano morreu hoje em Bagdá em um ataque com lança-foguetes RPG contra sua patrulha, informou um porta-voz militar dos EUA.

O soldado, da primeira divisão de infantaria, foi ferido durante a madrugada, disse o porta-voz Antony Reinoso. O militar foi levado para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos, acrescentou Reinoso, sem dar maiores detalhes.

Foi o segundo soldado americano morto no Iraque nas últimas 24 horas.
Um civil iraquiano também morreu e outro foi ferido na noite de ontem perto de Baquba --cidade situada no "triângulo sunita", a 60 km de Bagdá-- em um ataque com explosivos dirigido contra um comboio americano, informou hoje um oficial da polícia.

Segundo a fonte, uma bomba de fabricação caseira explodiu na passagem do automóvel dirigido por Hassan Ali Ahmed, causando-lhe a morte imediata e ferindo um passageiro. O carro estava atrás de um comboio americano, a quatro km a oeste de Baquba, quando ocorreu o ataque, disse a polícia.

Pouco antes, três foguetes foram disparados contra uma patrulha americana a três km de Baquba, sem atingi-la.

Hostilidade

Ontem, um ataque com bomba contra soldados americanos deixou um morto e três feridos, uma hora antes da chegada a Bagdá do secretário de Estado americano, Colin Powell, para avaliar a situação após cinco meses de ocupação do país pela coalizão anglo-americana.

A explosão ocorreu às 8h (1h em Brasília) na passagem de um comboio perto de Fallujah, segundo o Exército americano. Powell chegou às 9h15 locais (2h15 em Brasília).

Powell, o dirigente americano de maior hierarquia a visitar o Iraque desde a queda do regime de Saddam Hussein, em março, está em Bagdá para manifestar seu apoio ao administrador americano Paul Bremer e às autoridades provisórias sustentadas pelos Estados Unidos na reconstrução do Iraque.

A visita ocorre num momento em que os ataques contra forças americanas se intensificam e as divergências entre as potências se acentuam, depois do pedido de colaboração feito pelos Estados Unidos para escaparem do que cada vez mais se parece a um atoleiro.

Problema

Em sua chegada a Bagdá, Powell estimou que o "terrorismo" se converteu no maior problema do Iraque após a queda de Saddam Hussein. Por outro lado comemorou os avanços no Iraque em matéria econômica e social.

Durante uma reunião em Genebra ontem, os ministros das Relações Exteriores de França, Estados Unidos, Rússia, China e Reino Unido, os cinco membros com direito a veto do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), não chegaram a nenhum acordo quanto ao futuro do Iraque.

Simplesmente reafirmaram sua vontade de entregar o controle do país a um governo democrático o mais rápido possível, sem dar indicações concretas sobre os meios, nem o calendário. As discussões vão continuar nesta semana em Nova York.

França e Estados Unidos continuam mostrando suas divergências. Paris deseja a realização de eleições antes da próxima primavera, proposta considerada "totalmente irrealizável" por Powell.

Referendo

Em Bagdá, o novo ministro iraquiano das Relações Exteriores, o curdo Hoshyar Zebari, expressou a esperança de que as eleições se realizem "nos meados de 2004, ou no final do mesmo ano para que se possa escolher um governo democrático".

Em Najfa (centro do Iraque), outro membro do governo, Ahmad Chayyaa Al Barrak, declarou que o governo trabalhava para que os iraquianos possam votar no referendo de "4 de setembro de 2004" sobre a futura constituição iraquiana.

As divergências entre as grandes potências atrasam a adoção de uma nova resolução sobre o eventual envio de uma força internacional ao Iraque sob a égide americana, a qual aliviaria os 130 mil soldados americanos e as arcas de Washington, que pretende gastar US$ 71 bilhões suplementares no Iraque, e que enfrenta o descontentamento crescente de sua opinião pública.

A explosão de hoje perto de Fallujah, reduto sunita a 60 km de Bagdá, conhecido por seu apoio ao regime deposto, ocorreu dois dias depois da morte, por causa de disparos americanos, de 12 pessoas, entre elas nove membros da segurança iraquiana.

O Exército americano reconheceu sua responsabilidade e apresentou suas desculpas pelo tiroteio. Durante os funerais de ontem, uma multidão enraivecida, que incluía membros de tribos armadas, prometeu vingar suas vítimas.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página