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05/10/2009 - 11h59

Cardeal africano defende preservativo e diz que próximo papa será negro

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da Folha Online

O cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, arcebispo de Cape Coast (Gana) e relator do segundo Sínodo de Bispos para a África, disse nesta segunda-feira que a Igreja Católica está preparada para ter um papa negro e defendeu o uso do preservativo por casais caso um dos cônjuges tenha Aids.

Turkson participa do debate de três semanas sobre o Vaticano, o papel da Igreja Católica na África e a situação do continente. O continente é o local onde a religião católica cresce mais rapidamente. Nos últimos 30 anos, o número de fieis africanos praticamente triplicou, chegando a 150 milhões de pessoas.

Pier Paolo Cito-13abr.05/AP
Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, de Gana, disse que nada impede que próximo papa seja negro e defendeu preservativos
Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, de Gana, disse que nada impede que próximo papa seja negro e defendeu preservativos

Em uma entrevista a jornalistas, nesta segunda-feira, Turkson foi questionado se já é hora de um papa negro, principalmente após a eleição de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

"Por que não?", respondeu Turkson, dizendo que todo homem que vira padre deve estar disposto a ser papa.

Ele ressaltou ainda que há diversos líderes mundiais negros, como Obama e o ex-secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) Kofi Annan.

"Se Deus quer ver um homem negro como papa, agradeçamos a Deus", disse. "Chances existem", completou.

Atualmente, o Colégio Cardinalício tem 182 cardeais, dos quais 116 podem participar em um eventual Conclave para escolher um novo papa. Os cardeais africanos são 16, dos quais nove --os que ainda não chegaram aos 80 anos-- podem participar de um Conclave.

Aids

Além disso, Turkson se mostrou favorável ao uso do preservativo por casais caso um dos dois esteja contaminado pelo vírus da Aids, mas bateu na tecla da fidelidade e denunciou que preservativos de baixa qualidade vendidos na África "pioram a situação".

"Existem preservativos que dão um falso sentido de segurança e fazem aumentar o contágio", acrescentou o cardeal, após ser questionado sobre o que a Igreja pode fazer para lutar contra a Aids em um continente como a África, onde 27 milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV.

Segundo o cardeal, a Igreja aposta na fidelidade e em novas formas de conduta. Ele também disse que recomendaria a abstinência sexual para uma pessoa com Aids ou o uso do preservativo no caso de um casal.

Turkson ressaltou, além disso, a importância dos novos medicamentos retrovirais na luta contra a Aids.

Em março, a caminho de Camarões, o papa Bento 16 disse aos jornalistas que o acompanhavam em seu avião que a Aids "não se combate só com dinheiro, nem com a distribuição de preservativos, que, ao contrário, aumentam o problema".

 

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