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23/09/2003 - 04h36

Israel e Hizbollah negociam acordo

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da Folha de S.Paulo

Israel estaria perto de fechar um acordo com o grupo extremista libanês Hizbollah que resultaria na libertação de centenas de prisioneiros --não só militantes da organização, mas também palestinos e árabes de outros países-- em troca da devolução do empresário israelense Elhanan Tannenbaum, sequestrado pelo Hizbollah em 2000, e dos corpos de três soldados israelenses.

A informação foi obtida pela agência Associated Press com uma fonte palestina e confirmada pela Reuters com uma fonte israelense. Marwan Barghouti, o líder palestino mais importante em uma prisão israelense, estaria na lista dos que seriam soltos.

Fontes do governo negaram que a libertação de Barghouti estivesse sendo negociada, inclusive porque a Procuradoria Geral de Israel já se opôs à sua soltura enquanto ele estiver sob julgamento. Barghouti, um dos líderes da Intifada e muito popular entre os palestinos, é acusado de envolvimento nas mortes de 26 israelenses.

Segundo o jornal israelense "Haaretz", um funcionário israelense teria viajado para a Alemanha, país que está mediando o acordo, para conversas com o Hizbollah. "Prefiro neste momento deixar os negociadores realizarem seu trabalho", disse Raanan Gissin, porta-voz do premiê de Israel, Ariel Sharon, ao ser questionado sobre o eventual acordo.

Em Beirute (capital libanesa), o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, disse aguardar uma "solução ampla em breve".

O piloto israelense Ron Arad, cujo avião foi derrubado em uma missão sobre o Líbano em 1986 e que pode estar vivo, também poderia ser devolvido a Israel.

Segundo a Associated Press, até 400 prisioneiros árabes, incluindo 200 palestinos, seriam soltos. O Hizbollah teria pedido aos grupos terroristas palestinos Hamas e Jihad Islâmico e ao partido Fatah, liderado por Iasser Arafat, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina) que elaborassem listas dos prisioneiros que gostariam que fossem soltos.

Em 1985, Israel libertou 1.150 prisioneiros árabes, incluindo palestinos, em troca de três soldados israelenses detidos no sul do Líbano. O Hizbollah foi criado em 1982 para combater a invasão israelense do sul do Líbano. Em 2000, Israel se retirou unilateralmente da região.

Armas ilegais

Ontem, o premiê palestino indicado, Ahmed Korei, disse que atuará contra a proliferação ilegal de armas nas mãos de militantes palestinos. "Ainda precisamos de mais consultas para pôr fim ao caos que existe nas ruas, na administração e na mentalidade palestinas", disse. "Essa é a questão central.... incluindo o caos na utilização, distribuição e armazenamento de armas."

Apesar da pressão americana para que Iasser Arafat não tenha influência sobre o governo Korei, o futuro premiê encontrou-se novamente com o presidente da Autoridade Nacional Palestina. Também realizou consultas com representantes dos grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmico, que rejeitaram integrar o governo.

Embora Israel exija que Korei desmantele os grupos terroristas como precondição para qualquer negociação, o premiê indicado tenta atraí-los para obter um novo cessar-fogo. Em junho, o Hamas e o Jihad Islâmico anunciaram um cessar-fogo de três meses, interrompido após um atentado em Jerusalém, que matou 22 pessoas, seguido de uma série de mortes de líderes do Hamas, atingidos por mísseis disparados por helicópteros israelenses.

Com agências internacionais

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