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25/09/2003
-
04h24
MÁRCIO SENNE DE MORAES
da Folha de S.Paulo
O medo dos EUA e a falta de confiança em suas políticas cresceram tanto em várias partes do mundo desde a Guerra do Iraque que líderes mundiais têm cada vez mais dificuldade em apoiar os esforços americanos, segundo um estudo patrocinado pelo Council on Foreign Relations (EUA), publicado na última segunda-feira (22).
"A piora do antiamericanismo é grave e tem de ser combatida por Washington", afirmou à Folha de S.Paulo David Morey, um dos autores do texto --chamado "Finding America's Voice: a Strategy for Reinvigorating US Public Diplomacy" (encontrando a voz da América: uma estratégia para revigorar a diplomacia pública dos EUA).
A diplomacia pública "busca obter apoio popular, no exterior, a políticas nacionais". Se isso não for possível, ela tentará "explicar as políticas e os valores que as definem", segundo Kenneth Waltz, autor de, entre outros, "Theory of International Politics".
"É claro que o antiamericanismo ameaça a segurança dos EUA. Seu recrudescimento mina a capacidade de alguns líderes mundiais, como o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, de colaborar mais ativamente com o combate ao terrorismo liderado por Washington", avaliou Waltz.
O relatório elogiou a criação do Escritório da Casa Branca para Comunicação Global e o financiamento de programas de rádio e de TV em árabe e em persa. Porém afirmou que a diplomacia pública vem sendo negligenciada. "Num mundo em que a segurança depende, em parte, da percepção das políticas de um país, é sério que a diplomacia pública não seja valorizada", apontou Morey.
Ele lembrou, contudo, que a tendência existe desde o presidente Ronald Reagan (1981-1989). "Não seria justo culpar a Doutrina Bush pela deterioração da imagem dos EUA. Desde o fim do governo Reagan, os gastos com a diplomacia pública vêm caindo."
Para Waltz, isso reflete o fim da Guerra Fria. "Muitos pensaram que, com a aparente vitória do Ocidente, não era mais preciso 'vender' os valores dos EUA. Em tempos de paz, as empresas fazem isso tão bem quanto o governo, o que causou certa acomodação."
O relatório fez algumas sugestões a George W. Bush: adequar sua política externa a "preocupações mais sensíveis com a diplomacia pública", aperfeiçoar "estratégias de comunicação em outros países" e dar "treinamento específico a embaixadores".
Segundo Peter Duignan, do Instituto Hoover (EUA), a Doutrina Bush em si não causa a deterioração da imagem dos EUA no exterior. "O problema não é a doutrina, mas o tom de sua aplicação."
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O medo dos EUA e a falta de confiança em suas políticas cresceram tanto em várias partes do mundo desde a Guerra do Iraque que líderes mundiais têm cada vez mais dificuldade em apoiar os esforços americanos, segundo um estudo patrocinado pelo Council on Foreign Relations (EUA), publicado na última segunda-feira (22).
"A piora do antiamericanismo é grave e tem de ser combatida por Washington", afirmou à Folha de S.Paulo David Morey, um dos autores do texto --chamado "Finding America's Voice: a Strategy for Reinvigorating US Public Diplomacy" (encontrando a voz da América: uma estratégia para revigorar a diplomacia pública dos EUA).
A diplomacia pública "busca obter apoio popular, no exterior, a políticas nacionais". Se isso não for possível, ela tentará "explicar as políticas e os valores que as definem", segundo Kenneth Waltz, autor de, entre outros, "Theory of International Politics".
"É claro que o antiamericanismo ameaça a segurança dos EUA. Seu recrudescimento mina a capacidade de alguns líderes mundiais, como o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, de colaborar mais ativamente com o combate ao terrorismo liderado por Washington", avaliou Waltz.
O relatório elogiou a criação do Escritório da Casa Branca para Comunicação Global e o financiamento de programas de rádio e de TV em árabe e em persa. Porém afirmou que a diplomacia pública vem sendo negligenciada. "Num mundo em que a segurança depende, em parte, da percepção das políticas de um país, é sério que a diplomacia pública não seja valorizada", apontou Morey.
Ele lembrou, contudo, que a tendência existe desde o presidente Ronald Reagan (1981-1989). "Não seria justo culpar a Doutrina Bush pela deterioração da imagem dos EUA. Desde o fim do governo Reagan, os gastos com a diplomacia pública vêm caindo."
Para Waltz, isso reflete o fim da Guerra Fria. "Muitos pensaram que, com a aparente vitória do Ocidente, não era mais preciso 'vender' os valores dos EUA. Em tempos de paz, as empresas fazem isso tão bem quanto o governo, o que causou certa acomodação."
O relatório fez algumas sugestões a George W. Bush: adequar sua política externa a "preocupações mais sensíveis com a diplomacia pública", aperfeiçoar "estratégias de comunicação em outros países" e dar "treinamento específico a embaixadores".
Segundo Peter Duignan, do Instituto Hoover (EUA), a Doutrina Bush em si não causa a deterioração da imagem dos EUA no exterior. "O problema não é a doutrina, mas o tom de sua aplicação."
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