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30/09/2003
-
03h18
CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo, em Nova York
Primeiro, houve um apagão em Nova York, em agosto. Segundo, Londres e parte da Dinamarca ficaram às escuras. Terceiro, no último final de semana, a falha no fornecimento de energia elétrica chegou à Itália. Essa sequência, porém, não significa que o mundo esteja à beira de um colapso energético. A avaliação é de Peter Fraser, diretor da Agência Internacional de Energia, em Paris.
Segundo Fraser, esses blecautes em série são uma "infeliz coincidência", mas a falta de investimentos em infra-estrutura, especialmente na modernização de linhas de transmissão de energia, é em parte responsável.
"Não acredito num colapso mundial provocado por um excesso de demanda . Na Itália, por exemplo, o blecaute ocorreu de madrugada, num horário de pouca demanda por energia, o que nos leva a crer que foi alguma falha técnica isolada. Há problemas pontuais em alguns lugares, mas há boa capacidade de geração de energia no mundo", disse.
"O que vemos hoje são problemas de regulação de mercado, sobretudo para decidir sobre alocação de recursos. É preciso investir na modernização de linhas de transmissão de energia nos Estados Unidos, especialmente na Califórnia, e em alguns países da Europa, como a Espanha e a Itália", avaliou.
Mas, segundo o diretor da AIE, a Europa tem uma geração de energia suficiente para suprir com folga o consumo atual e também ao longo dos próximos anos. Fraser alerta que os países em desenvolvimento têm de acelerar as reformas estruturais para acompanhar a evolução do consumo.
Reformas urgentes
A Itália anunciou ontem um pacote de medidas urgentes para o setor energético.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, anunciou que ainda nesta semana será publicada uma lei para facilitar a construção de novas usinas. A desregulamentação do mercado de energia da Itália, que hoje é controlado pelo Estado, é uma das prováveis medidas.
Segundo Giampaolo Bettamio, um dos consultores que prepara a nova lei, os grupos estatais Eni e Enel teriam um ano de prazo para venderem as suas redes de distribuição de gás e de eletricidade.
Mundo não está à beira de colapso energético, afirma especialista
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da Folha de S.Paulo, em Nova York
Primeiro, houve um apagão em Nova York, em agosto. Segundo, Londres e parte da Dinamarca ficaram às escuras. Terceiro, no último final de semana, a falha no fornecimento de energia elétrica chegou à Itália. Essa sequência, porém, não significa que o mundo esteja à beira de um colapso energético. A avaliação é de Peter Fraser, diretor da Agência Internacional de Energia, em Paris.
Segundo Fraser, esses blecautes em série são uma "infeliz coincidência", mas a falta de investimentos em infra-estrutura, especialmente na modernização de linhas de transmissão de energia, é em parte responsável.
"Não acredito num colapso mundial provocado por um excesso de demanda . Na Itália, por exemplo, o blecaute ocorreu de madrugada, num horário de pouca demanda por energia, o que nos leva a crer que foi alguma falha técnica isolada. Há problemas pontuais em alguns lugares, mas há boa capacidade de geração de energia no mundo", disse.
"O que vemos hoje são problemas de regulação de mercado, sobretudo para decidir sobre alocação de recursos. É preciso investir na modernização de linhas de transmissão de energia nos Estados Unidos, especialmente na Califórnia, e em alguns países da Europa, como a Espanha e a Itália", avaliou.
Mas, segundo o diretor da AIE, a Europa tem uma geração de energia suficiente para suprir com folga o consumo atual e também ao longo dos próximos anos. Fraser alerta que os países em desenvolvimento têm de acelerar as reformas estruturais para acompanhar a evolução do consumo.
Reformas urgentes
A Itália anunciou ontem um pacote de medidas urgentes para o setor energético.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, anunciou que ainda nesta semana será publicada uma lei para facilitar a construção de novas usinas. A desregulamentação do mercado de energia da Itália, que hoje é controlado pelo Estado, é uma das prováveis medidas.
Segundo Giampaolo Bettamio, um dos consultores que prepara a nova lei, os grupos estatais Eni e Enel teriam um ano de prazo para venderem as suas redes de distribuição de gás e de eletricidade.
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