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30/09/2003 - 16h48

"Quero saber a verdade" sobre vazamento de informação, diz Bush

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da Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu hoje que qualquer pessoa que tenha informações sobre a revelação da identidade de uma agente secreta da CIA (agência de inteligência americana), se apresente. "Quero saber a verdade", disse ele.

"Quem tiver qualquer informação, dentro de nosso governo ou fora dele, ajudaria se a encaminhasse" à Casa Branca, disse Bush a jornalistas após um encontro com empresários em Chicago. Foi o primeiro comentário público de Bush sobre a polêmica.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação formal sobre o vazamento do nome da agente, disse hoje Scott McClellan, porta-voz de Bush.

"O presidente ordenou à Casa Branca que coopere totalmente com essa investigação", declarou McClellan.

Advogados do Departamento de Justiça notificaram ontem à noite a Casa Branca que tinham iniciado uma investigação sobre "possível revelações não-autorizadas em relação à identidade de uma agente da CIA", segundo um comunicado enviado aos funcionários da Casa Branca por Alberto Gonzáles, conselheiro legal de Bush.

A Casa Branca deu ordens a seus funcionários para que preservem todo material, entre e-mails e gravações telefônicas, que possa ser relevante na investigação, disse McClellan.

O escândalo na Casa Branca foi provocado pelo vazamento da informação de que Valerie Plame --mulher de Joseph Wilson, um ex-embaixador dos EUA no Gabão-- era uma agente secreta da CIA especializada em armas de destruição em massa.

Wilson, que deu declarações acusando a Casa Branca de exagerar nas alegações contra o Iraque, culpou o principal assessor político de Bush, Karl Rove, por ser o responsável pelo vazamento da informação.

A revelação da identidade de agentes da CIA pode levar a até dez anos de prisão, pela lei norte-americana.

Pressão

A pressão sobre o Departamento de Justiça dos EUA para investigar o vazamento do nome de Plame cria um escândalo político para a Casa Branca.

Também dá mais munição para o Partido Democrata (de oposição ao atual governo) criticar a política adotada por Bush no Iraque e ameaça ampliar as divergências entre a Casa Branca e a CIA.

Democratas pediram ontem no Congresso que o secretário da Justiça, John Ashcroft, nomeie um conselho independente para a investigação.

McClellan descartou ontem uma eventual investigação interna na Casa Branca e declarou que o Departamento da Justiça era o ministério "apropriado para investigar estas questões". "Obviamente, colaboraremos se formos solicitados", disse.

McClellan negou as acusações contra a Casa Branca, declarando que o presidente Bush "estima que se alguém transmitiu informações consideradas secretas, ele será investigado com rigor".

Conclusão

A administração Bush tinha encarregado Wilson de investigar as supostas tentativas do ex-dirigente iraquiano Saddam Hussein de adquirir urânio enriquecido no Níger.

Após uma missão no país, Wilson chegou à conclusão de que estas acusações não tinham fundamento. No entanto, Bush utilizou-as para justificar a guerra no Iraque.

Wilson entregou então à imprensa os relatórios de sua missão, que contradizem as afirmações do presidente.

Suspeita-se que a Casa Branca vazou deliberadamente o nome de Plame para o colunista Robert Novak, do jornal "The Washington Post", em julho passado, em retaliação a Wilson. Novak escreveu que conseguiu o nome de Plame de "dois altos funcionários do governo".

Com agências internacionais

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