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16/08/2000 - 11h03

Métodos de resgate do submarino gera críticas na imprensa russa

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da Reuter
em Moscou (Rússia)

Procurando pistas para explicar o desastre do submarino Kursk no mar de Barents, a imprensa russa na quarta-feira pintou um retrato sombrio de uma Marinha mal equipada, exigida além de seus limites e politicamente pressionada para defender a honra nacional.

O Kursk, um dos mais novos submarinos russos, está encalhado no fundo do mar desde domingo (12).

Após duas tentativas fracassadas de resgate, a Marinha russa lançou uma terceira operação para salvar os 116 marinheiros presos dentro da embarcação com suprimentos de oxigênio cada vez menores.

"Se a tripulação do Kursk não for salva, a reputação do governo russo será irremediavelmente perdida", dizia a manchete do "Nezavisimaya Gazeta", jornal controlado pelo empresário Boris Berezovsky, que vem fazendo críticas cada vez mais contundentes ao presidente Vladimir Putin.

Segundo o jornal, a "era Putin" pode ser ameaçada pelo desastre, ocorrido após novo atentado a bomba na capital, Moscou, e depois de mais de dez meses de combates na separatista Tchetchênia.

O jornal "Sevodnya" citou fontes segundo as quais os oficiais russos até agora vêm rejeitando as ofertas de ajuda do Ocidente por temor de serem demitidos. Um grupo de comandantes da Marinha foi a Bruxelas para saber que ajuda poderia ser dada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Segundo o jornal, Putin -cujo governo vem pressionando o proprietário do "Sevodnya", o magnata da mídia Vladimir Gusinsky, e outros empresários - vinculou seu êxito pessoal ao da frota de submarinos, depois de fazer um passeio de submarinos no início do ano.


O que deu errado?

A mídia também tentou alinhavar hipóteses para explicar o que teria levado o Kursk, que entrou em operação em 1995, a desligar seus reatores nucleares e afundar até o leito oceânico.

Segundo os jornais, pode ter ocorrido uma explosão a bordo, o submarino pode haver se chocado com uma mina antiga ou com outro submarino.

Alguns órgãos de imprensa levantaram dúvidas sobre o treinamento dos serviços de resgate e os preparativos a bordo do submarino, que parece não contar com potência reserva. Além disso, os marinheiros não conseguiram abandonar o navio numa embarcação de emergência, disseram.

O respeitado diário "Kommersant", também controlado por Berezovsky, disse que uma equipe da Marinha realizou no ano passado seu primeiro exercício de treinamento em resgate de submarinos atômicos em oito anos.

Segundo o jornal, o Kursk deixou sua base sem baterias de reserva, que estavam sendo guardadas para um exercício naval diferente.

O diário "Vremya Novostei" lançou dúvidas sobre as possibilidades de sobrevivência dos tripulantes. "As informações contraditórias acerca do Kursk foram tantas ontem que é pouco provável que a situação consiga ser resolvida logo", ponderou.

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