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01/10/2003 - 13h23

Papa publicou em 1996 lista com seus últimos desejos

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da France Presse, no Vaticano

O papa João Paulo 2º, cujo estado de saúde piorou sensivelmente nos últimos 30 dias, deixou, como é tradição, uma lista de disposições que devem ser respeitadas depois de sua morte.

As disposições foram publicadas em 1996 pelo Vaticano em um documento público sob o título Constituição apostólica "Universi dominici gregis" (O rebanho universal do Senhor).

"Quando o Sumo Pontífice estiver agonizando ou depois de sua morte, ninguém tem o direito de tirar fotos dele, nem, no primeiro caso, gravar suas palavras para divulgá-las posteriormente", declara o documento.

Nenhuma documentação fotográfica ou sonora sobre os últimos momentos de vida de João Paulo 2º poderá ser transmitida, com exceção da que for permitida pelo cardeal que assumirá de forma interina a chefia da Igreja em caso de morte do papa.

Escândalos

As disposições sobre os últimos momentos dos papas foram estabelecidas por Paulo 6º devido aos escândalos suscitados depois da morte de Pio 12, em 1958.

Na época, o médico pessoal do papa, Galeazzi Lisi, publicou em um livro as fotos de Pio 12 em seu leito de morte, com a máscara de oxigênio que cobria parte de seu rosto.

Segundo a tradição, que nem sempre é respeitada, o papa deverá ser enterrado na basílica vaticana perto do túmulo de são Pedro, segundo o texto.

A disposição pode ser alterada depois da leitura do testamento de João Paulo 2º, que, segundo alguns compatriotas do papa, expressou o desejo de ser enterrado no túmulo de sua família, em Wadowice, perto de Cracóvia, na Polônia.

Bens

Outros desejos sobre seus bens, cartas, documentos pessoais, especificamente indicados no testamento, serão executados pela pessoa que o papa tiver indicado.

É possível que o encarregado nesse caso seja seu secretário particular, monsenhor Stanislaw Dziwisz, que há 40 anos o acompanha e que deverá prestar serviços ao novo papa.

O documento indica também como deve ser organizado o conclave, ou seja, a reunião de cardeais encarregados de eleger o sucessor de João Paulo 2º.

Até o último conclave, em 1978, os cardeais eram instalados no palácio apostólico em condições muito pouco confortáveis, razão pela qual foi reformada uma residência vaticana, a Casa Santa Marta, com todas as comodidades de um hotel.

Os cardeais permanecem isolados entre 15 e 20 dias depois da morte de um papa. Passam em cortejo da capela Paulina à capela Sistina e, em seguida, as portas são fechadas e as chaves guardadas.

Devido ao rápido desenvolvimento das tecnologias, as disposições papais enfatizam que os cardeais não poderão, durante o conclave, nem se comunicar por telefone com o exterior. O segredo deve ser absoluto.

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