Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/10/2003 - 03h17

Schröder diz que sai se reforma não passar

Publicidade

MÁRCIO SENNE DE MORAES
da Folha de S.Paulo

O chanceler (premiê) alemão, o social-democrata Gerhard Schröder, ameaçou anteontem deixar seu posto se seu partido não apoiar seu projeto de reformas econômicas _que será votado no próximo dia 17 de outubro.

Foi a segunda vez em menos de uma semana em que Schröder fez essa ameaça. Para analistas ouvidos pela Folha de S.Paulo, embora isso mostre que o chanceler se encontra numa situação delicada, ele não tem muitos outros argumentos.

"Após herdar um quadro caótico de Helmut Kohl [democrata-cristão], Schröder tentou iniciar as reformas, mas não conseguiu. Agora ele tem uma maioria apertada no Bundestag [Câmara Baixa do Parlamento], contudo parece estar determinado a entrar para a história como o chanceler das reformas", disse David Klingenberger, da Universidade de Colônia.

"As reformas econômicas são absolutamente cruciais. Talvez Schröder tenha demorado demais para começá-las, porém nunca é tarde para fazer o que é preciso", analisou Elmar Altvater, reputado politólogo de Berlim.

Com 4,22 milhões de desempregados --mais de 10%--, um déficit público perto dos 4% (um ponto percentual acima do permitido pelo Banco Central Europeu) e taxas de crescimento inferiores a 1% nos últimos três anos, o chanceler não tem escolha.

Todavia sua situação política é complexa. Sua coalizão, que ainda conta com os Verdes, tem 303 cadeiras no Bundestag. A oposição possui 297. Já no Bundesrat (espécie de Senado), Schröder e seus aliados são minoria.
"O chanceler foi obrigado a debater as reformas com a oposição para ter chance de vê-las aprovadas. Isso desagradou bastante à ala mais de esquerda de sua coalizão", apontou Klingenberger.

Na semana passada, quando a reforma do sistema de saúde foi aprovada, Schröder obteve a vitória no Bundestag graças à oposição, já que alguns deputados de sua coalizão se rebelaram. O mesmo poderá ocorrer em 17 de outubro, mas a oposição não parece inclinada a ajudá-lo. Se seu projeto for rejeitado, a carreira política do chanceler estará terminada.

Outra alternativa seria um acordo entre social-democratas e democrata-cristãos. Contudo, nesse caso, a ala mais de esquerda do partido do chanceler deixaria a agremiação, tornando-a minoritária. E Schröder jamais aceitaria participar de um governo comandado pelos democrata-cristãos.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página